XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Esofagite Eosinofílica: avaliação clínica e laboratorial de pacientes em uso de corticoide deglutido.

Resumo

A. Justificativa: Apesar de ainda off label, o uso de corticóide deglutido em Esofagite eosinofílica (EoE) faz parte da primeira linha de tratamento, e, sendo uma doença crônica, exige terapia por tempo prolongado. Assim, nosso objetivo foi avaliar aspectos relacionados à segurança do uso de corticóide deglutido em pacientes com EoE tratados em um ambulatório especializado em Hospital terciário.
B. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo com análise de 111 prontuários de pacientes. Dentre os que utilizaram corticóide deglutido, avaliamos ocorrência de eventos adversos (candidíase oral e/ou esofágica) e laboratorial (dosagem de cortisol sérico).
C. Resultados: Cento e seis (95,5%) pacientes utilizaram corticóide deglutido; 94,4% Budesonida e 5,6% Fluticasona. A média de idade no grupo foi de 20,5 anos, predomínio sexo masculino (61,3%). Foi possível investigar os 111 casos de EoE quanto à presença de candidíase oral e/ou esofágica. Oito (7,2%) apresentaram candidíase; 2 candidíase oral (1 em uso de fluticasona e 1 budesonida), e 6 candidíase esofágica, em uso de budesonida. A dose média de budesonida nestes, foi de 1314mcg/d e fluticasona de 1000mcg/d. Em 39 pacientes foi dosado o cortisol. Seis (15,3%) apresentaram redução; 5 deles estavam em uso de budesonida (média 1920 mcg/d) e 1 em uso de fluticasona (1000mcg/d). Apenas 3 pacientes usavam corticóide tópico para alergia respiratória, 2 budesonida nasal (média 94 mcg/d) e 1 formoterol/budesonida (800mcg/d). A média de budesonida deglutida naqueles sem alteração cortisólica foi de 1100mcg/d. O paciente em uso de fluticasona deglutida (1000mcg/d) foi o único que apresentou tanto alteração clínica quanto laboratorial associadas.
D. Conclusões: Consideramos alta a frequência de pacientes que apresentaram candidíase e/ou diminuição do cortisol associados ao uso de corticoide deglutido. Destacamos que a redução de cortisol numa parcela significativa dos casos sugere especial atenção nas crianças em fase de crescimento.

Área

» Outros

Autores

Larissa Nathalia Macêdo Nóbrega Lopes, Jéssica Camargo Pastana, Fabio Fernandes Morato Castro, Ariana Campos Yang