Dados do Trabalho

Título

Anafilaxia ao Frio após imersão em água de mar e piscinas : Relato de Caso

Resumos

JUSTIFICATIVA: A urticária crônica ao frio, um dos tipos mais comuns de Urticária Crônica Induzida (UCInd) é desencadeada pela exposição da pele ao frio e é passível de causar anafilaxia quando grande parte do corpo é exposta (pela liberação maciça de mediadores citoplasmáticos dos mastócitos).
RELATO DE CASO: G.A.S., sexo feminino, 13 anos, relata que apresentou há 6 anos o primeiro episódio de urticária caracterizada por lesões eritematopapulosas, pruriginosas, generalizadas, após banho em água do mar gelada. Os sintomas cutâneos foram acrescidos de sensação de desmaio, taquicardia e cefaleia. Até a data da consulta, apresentou pelo menos 10 quadros semelhantes, alguns somados a vômitos, sempre ocorrendo após a imersão em água, ao sair do mar ou piscina. As lesões e o prurido melhoram após aproximadamente 2 horas. Um mês antes da consulta, deixou uma bolsa de gelo apoiada na coxa por 15 minutos e ao retirar, percebeu lesão semelhante ao dos episódios citados. Nega sinais ou sintomas quando entra em contato com água em outras situações (lavar as mãos, banho de chuveiro, etc). Nega quadro semelhante na família. Durante a consulta foi realizado o Teste com Cubo de Gelo, no qual um cubo de gelo envolto em plástico foi colocado na superfície volar do antebraço da paciente por 5 minutos e com leitura após 10 minutos. Na leitura apresentou pápula eritematosa e pruriginosa com dimensões de 60 x 50 mm. A paciente foi orientada a manter uso contínuo de anti-histamínico H1 não sedante e portar adrenalina auto injetável caso ocorra novo quadro de anafilaxia.
DISCUSSÃO: Após o diagnóstico de Urticária ao Frio, é importante orientar o paciente quanto ao risco de anafilaxia. Hoje pode-se definir o limiar tolerado pelos pacientes com uso do Temp Test®, aparelho que gera um gradiente de temperatura no antebraço do paciente e verifica a partir de qual temperatura as lesões são deflagradas.