XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Uso de omalizumabe em gestante com urticaria crônica: Relato de Caso

Resumos

JUSTIFICATIVA: A urticária crônica espontânea(UCE) é mais prevalente no sexo feminino, portanto pode ocorrer em gestantes. O tratamento com o anticorpo monoclonal humanizado anti-IgE, omalizumabe é indicado em pacientes refratários a anti-histamínicos H1 (anti-H1), porém existem poucas informações sobre sua eficácia e segurança na gravidez.
RELATO DE CASO: M.L.A.R. Feminina, 29 anos, foi diagnosticada com UCE e dermografismo em 2018. Fez uso de anti-H1 em dose quadruplicada e cursos de corticoide oral sem sucesso, sendo indicado omalizumabe. Histórico de intolerância a dipirona. Apresentava IgE total de 291UI/ml e hemograma, PCR e dosagem de anticorpo anti TPO normais. Teste de soro autólogo e fric test positivos. A avaliação objetiva da UCE antes do início do omalizumabe era:Urticaria Activity Score(UAS): 4, Questionário de Avaliação de Qualidade de Vida na Urticaria crônica(CU2QoL):98, Urticaria Control Test(UCT): 8. Após a primeira aplicação em 2019 ocorreu controle completo, com os seguintes escores: UAS7: 0,CU2QoL: 47,UCT: 29. Em agosto/21 a paciente descobriu a gravidez com 6 semanas, sendo mantido omalizumabe na dose de 300 mg mensais. A paciente não teve eventos adversos e manteve controle da UCE durante a gestação. Em abril/22, a paciente pariu um recém nato a termo, saudável e sem anomalias congênitas. No momento a paciente é lactante de forma exclusiva, em tratamento com omalizumabe com bom controle da doença.
DISCUSSÃO: Não há ensaios clínicos específicos sobre o uso de omalizumabe em gestantes com UCE. Esse caso demonstra que esse imunobiológico pode ser uma opção terapêutica segura e eficaz para gestante, lactante e recém-nascido, assim como foi relatado em outros relatos observacionais. Sua suspensão poderia ter levado a perda do controle da doença com necessidade de doses maiores de anti-H1, cursos frequentes com corticosteroide oral, maior número de consultas ambulatoriais e idas a emergência, além de grande impacto na qualidade de vida da gestante.

Área

» Urticária e angioedema

Autores

Juliana dos Santos de Carvalho Oliveira, Juliana Jaramillo Jiménez, Roberto Smith Jorge, Daniele Azevedo Lemos Brito, Gabriela Andrade Coelho Dias, Natalia Rocha do Amaral Estanislau, Anna Carolina Nogueira Arraes, Maria Inês Perelló Lopes Ferreira, Eduardo Costa F. Silva , Fábio Chigres Kuschnir