Dados do Trabalho

Título

Perfil clínico-epidemiológico de pacientes com doença respiratória exacerbada por anti-inflamatórios não esteroidais (DREA) acompanhados em centro de referência

Resumo

Justificativa:Estima-se que a DREA afete 7% a 15% dos pacientes com asma e 10% a 16% dos pacientes com rinossinusite crônica com polipose nasal (RSCcPN).No entanto,a condição é subdiagnosticada,não sendo prontamente reconhecida pela maioria dos profissionais de saúde.
Objetiva-se traçar o perfil epidemiológico e clínico de pacientes com diagnóstico de DREA acompanhados em ambulatório de referência.Métodos:Estudo observacional,descritivo e retrospectivo,que analisou dados coletados do prontuário médico de pacientes atendidos de janeiro de 2019 a agosto de 2022.
Resultados:Foram incluídos 13 pacientes, com idades entre 21 e 64 anos (média: 43,9 anos),sendo 58% do sexo feminino.Todos os pacientes apresentavam a tríade asma, RSCcPN e hipersensibilidade a anti-inflamatórios não esteroidais (AINES).Em relação à gravidade da asma,90% dos pacientes apresentavam asma no step 4 de tratamento segundo as recomendações da Iniciativa Global para Asma.Três pacientes foram submetidos a polipectomia.Quanto ao tratamento,três pacientes (23%) foram submetidos a dessensibilização com ácido acetilsalicílico (AAS),mas apenas 2 toleraram o procedimento e seguiram em uso de AAS 650mg/dia.O tratamento com imunobiológicos foi indicado para 10 pacientes e atualmente 50%utilizam dupilumabe,10% Omalizumabe e 40% ainda não tiveram acesso à medicação.Uma paciente fez uso de dupilumabe através de fornecimento sem custos,no momento segue aguardando a liberação do omalizumabe.
Conclusão:Trata-se de uma doença crônica, com grande impacto na qualidade de vida do paciente,levando a prejuízos nas atividades diárias e laborais.Tende a acometer indivíduos na terceira e quarta décadas de vida,geralmente com fenótipos mais graves de asma e RSCcPN,fatos corroborados em nosso estudo.A dessensibilização ainda é uma opção terapêutica, no entanto o uso dos imunobiológicos vêm demonstrando vantagem pela praticidade na administração,menores efeitos colaterais e pela resposta clínica satisfatória.