XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Frequência de exacerbações da asma em um grupo de pacientes asmáticos acompanhados em um centro terciário

Resumo

Justificativa: O controle inadequado da asma aumenta o risco de exacerbações da doença. Entretanto, vários fatores independentes adicionais podem aumentar o risco de exacerbação da asma, mesmo quando o paciente apresenta asma controlada. O objetivo desse estudo foi avaliar o perfil dos pacientes asmáticos exacerbadores em um centro terciário.
Metodologia: Estudo retrospectivo baseado em prontuário eletrônico sobre a frequência de exacerbações da asma relatadas por pacientes asmáticos adultos em acompanhamento em um centro terciário de Alergia e Imunologia. Os pacientes foram incluídos sequencialmente, de acordo com consultas realizadas no período de seis meses (outubro/2021 e abril/2022). Foram avaliados os dados demográficos, gravidade da asma (step), controle da doença, atopia e comorbidades (DPV, obesidade, DREA, DRGE). Pacientes com DPOC foram excluídos.
Resultados: Foram incluídos 111 pacientes sendo 79,3% do sexo feminino, com média de idade de 48,8 anos. A média de duração da asma era 32,4 anos. Dos 111 pacientes, 34,2% e 37,9% estavam nos steps 4 e 5, respectivamente; 86,5% eram atópicos e 66,7% apresentavam asma controlada. Vinte pacientes (18,0%) apresentaram ao menos 1 episódio de exacerbação no último ano. Os asmáticos exacerbadores apresentavam média de idade maior (57,4 anos vs 46,9 anos; p=0,043), maior frequência mulheres (p>0,05) e início da asma mais tardio (21 anos vs 15,8 anos; p>0,05) do que os não exacerbadores. Entretanto, não houve diferença estatística referentes ao controle das asma, à IgE total ou à atopia. Os exacerbadores apresentavam maior associação com comorbidades: DPV=30,0% vs 11,0%; p=0,028 e obesidade=50,0% vs 17,6%; p=0,002.
Conclusão: A maioria dos pacientes apresentava asma grave, porém, mesmo com o tratamento otimizado, cerca de 20% relataram exacerbação da asma no último ano. A exacerbação estava associada à presença de comorbidades – DPV e obesidade. Não houve diferença em relação ao controle da asma, à atopia ou ao VEF1.

Área

» Asma

Autores

Adriana Pereira Melo, Andressa Mariane Silva, Jorge Kalil, Pedro Giavina-Bianchi, Rosana Câmara Agondi