Dados do Trabalho
Título
Avaliação do teste de provocação oral (TPO) direto em crianças e adolescentes com história de reações cutâneas leves às penicilinas.
Resumo
JUSTIFICATIVA: A alta prevalência do relato de reação alérgica aos beta-lactâmicos (BL) fez deste um problema de saúde pública. Estudos recentes vem demonstrando a segurança em realizar o TPO sem testes cutâneos imediatos e/ou tardios prévios em pacientes anteriormente estratificados .O objetivo deste estudo foi investigar a segurança do TPO direto para amoxicilina (AMX) em crianças e adolescentes com história de reações cutâneas leves aos BL.
MÉTODOS :Série de casos envolvendo crianças e adolescentes de 1 a 18 anos, ambos os sexos, encaminhados ao ambulatório de alergia do Hospital Universitário Pedro Ernesto com história de reação leve durante o uso de AMX. Os dados foram coletados a partir do questionário ENDA, e então estratificados a partir das características clínicas da reação índice. Após assinatura de TCLE pelo responsável, foram submetidos ao TPO com AMX na dose de 50mg/kg/dia, sendo inicialmente oferecido 10% da dose total e após 20 minutos, os 90% restantes. Após supervisão médica de duas horas, se assintomáticos, foram liberados com prescrição para uso domiciliar de AMX na dose habitual por 5 dias para avaliar reações tardias.
RESULTADOS: Até o momento foram realizados nove TPOs, com idade entre 2 a 13 anos, sendo destes, duas mulheres. Do total, dois apresentaram reação tardia leve (exantema maculo-papular), que cedeu após anti-histamínico oral. Um dos casos foi classificado como duvidoso, pois apresentou pruridermia e uma pápula após a última dose de AMX. À reavaliação, apresentou frick teste positivo.
CONCLUSÃO: Apenas 20% dos participantes submetidos ao TPO direto apresentaram resultado positivo, confirmando o diagnóstico de alergia às penicilinas. Por outro lado, 77% da amostra foi “desrotulada” e liberados para o uso do antibiótico. Nossos resultados corroboram os de outros estudos internacionais demonstrando a segurança do TPO direto quando feita uma estratificação de risco prévia
Área
» Hipersensibilidade a medicamentos
Autores
Nathália Mota Gomes Almeida, Fábio Chigres Kuschnir, Mara Morelo Rocha Felix, Maria Inês Perelló Lopes Ferreira