XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Descrição da evolução da infecção por COVID-19 em 92 pacientes com imunodeficiência primária ou secundária acompanhados no ambulatório de Imunodeficiências de um hospital terciário.

Resumo

A. Justificativa: Descrever o perfil dos pacientes com imunodeficiência, infectados por COVID-19, atendidos em um ambulatório de imunodeficiências, no período de 04/2020 a 08/2022.
B. Métodos: O estudo foi realizado através da revisão de prontuário eletrônico de pacientes atendidos no ambulatório de Imunodeficiências em um centro terciário de Imunologia Clínica, com estatística descritiva dos dados.
C. Resultados: Analisamos os 92 pacientes infectados por COVID-19 do ambulatório de Imunodeficiências do HCFMUSP. Destes, 59,8% com imunodeficiência comum variável (ICV); 22,8% deficiência IgA; 8,7% hipogamaglobulinemia secundária; 6,5% agamaglobulinemia; 2,2% deficiência de IgM. A média de idade dos pacientes foi de 43,6 anos; sendo 60,8% de mulheres. A maior parte, 71,5%, apresentou a forma leve da infecção; sendo moderada em 15,9% e grave em 12,5%. Destes graves, 72,7% ocorreram antes da vacinação completa para COVID-19. Observamos também maior frequência das infecções antes da vacinação completa (65,6% dos infectados). A porcentagem de hospitalização foi 25% e de óbitos foi 8,3%. As comorbidades mais relatadas foram doença pulmonar crônica (62,2%); além de diabetes (17,1%); hipertensão arterial (17,7%) e obesidade (17,5%). A síndrome pós-covid-19 atingiu 37,8% dos pacientes; sendo caracterizada principalmente por dispneia, cefaleia, anosmia e cansaço. Além disso, 6 pacientes tiveram a infecção mais de 1 vez. Apenas 1 paciente ICV com comorbidades evoluiu para óbito após vacinação completa.
D. Conclusões: O melhor entendimento do perfil dos pacientes com imunodeficiência infectados por COVID-19 é importante para definir estratégias de proteção, pois são pacientes mais propensos às infecções graves. Concluímos que a maior parte dos pacientes com Imunodeficiência tiveram uma boa evolução, sobretudo após vacinação completa, reforçando a importância das vacinas. Ressaltamos que possivelmente mais pacientes foram infectados por COVID-19, porém sem relato formal.

Área

» Imunodeficiências

Autores

GUACIRA ROVIGATTI FRANCO, Natalia Trabachin Cavallini Menechino, Larissa Nathalia Macêdo Nóbrega Lopes, Adriana Pitchon, Jorge Kalil, Fabiana Mascarenhas Souza Lima, Octavio Grecco, Myrthes Toledo Barros, Ana Karolina Barreto Berselli Marinho, Cristina Maria Kokron