XLIX Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia

Dados do Trabalho


Título

Sangramento intestinal após probióticos em erro inato da imunidade

Resumo

Justificativa: Os probióticos são microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo, entretanto, não existe uma regulamentação brasileira ou internacional em relação a comercialização dos mesmos. Pacientes com erros inatos da imunidade são especialmente susceptíveis ao contato com microrganismos vivos como os probióticos.
Relato: Recém nascida do sexo feminino, saudável em aleitamento materno, foi orientado uso de probióticos lactobacillus reuteri DSM 17938 para “controle de cólicas” aos 8 dias de vida. No dia subsequente aos probióticos, iniciou distensão abdominal e irritação, e 2 dias depois sangramento em fezes em grande volume. Com a suspeita inicial de alergia a proteína do leite de vaca orientada a exclusão de leite e derivados de dieta materna, sem resposta, e posterior restrição de proteínas de ovos, soja e trigo, também sem resposta. Aos 6 meses de vida, apresentou-se sonolenta, baixa responsividade e com estrabismo divergente. Durante internação, verificada hemoglobina de 7,5g/dl e submetida transfusão de concentrado de hemácias e antibioticoterapia. A investigação por colonoscopia mostrou pancolite erosiva e ulcerada, de moderada intensidade, com biópsia mostrando colite crônica discreta e retite crônica leve e inespecífica. Orientada dieta elementar. Durante a internação houve resolução do sangramento que não retornou novamente, mesmo com a introdução dos alimentos.
Resultado: Pelo quadro de inflamação intestinal de início precoce, realizada a investigação genética de erros inatos da imunidade com a detecção de variante no gene TNFRSF13B c.310T>C:p.Cys104Arg, associada com defeitos predominantes de anticorpos.
Conclusões: O uso de probióticos em pacientes com erros inatos da imunidade podem levar a alterações infecciosas e inflamatórias com prejuízo ao organismo do indivíduo e, nesse sentido, o uso dessas formulações prescritas por médicos devem ser feitas de forma cautelosa.

Área

» Imunodeficiências

Autores

Renata Baldo Guimarães, Gesmar Rodrigues Silva Segundo, Ana Carolina Ramos de Napolis, Fabiane Munir Alves, Marina Fernandes Almeida Cheik