Dados do Trabalho

Título

Síndrome de Ekbom: Um relato de caso

Apresentação do caso

Apresentação do caso: Paciente buscou atendimento no ano de 2005, aos 51 anos, onde relatou desânimo, insônia, ansiedade, conflitos familiares, ideação suicida e histórico de tentativas de suicídio. Ao longo dos anos, recebeu diversos diagnósticos e hipóteses diagnósticas de diferentes psiquiatras do serviço, como F31, F32 e F41.1 em 2006, F13.2 em 2007 e F60 em 2008. Em 2014 evoluiu para sintomas psicóticos, apresentando os primeiros sinais da Síndrome de Ekbom, onde “sentia bichos” pelo corpo. Durante seu último atendimento psiquiátrico relatou sentir os parasitas principalmente na região da boca, espalhando-se para o resto do corpo, apresentando este sintoma de maneira intermitente. Paciente apresentou agravamento dos sintomas mesmo com o uso de diversas medicações, inclusive praticando autolesão em decorrência do delírio. Apenas em 2019, com o início do uso de Risperidona teve uma melhora relativa dos sintomas. Atualmente, paciente tem 66 anos, está em uso de Risperidona, Carbonato de Lítio, Bromedrato de Citalopram, Cloridrato de Biperideno e Clonazepam.

Discussão

Discussão: A Síndrome de Ekbom é uma condição rara na qual o indivíduo acredita ter parasitas pelo corpo, sendo predominante o diagnóstico em mulheres acima de 50 anos, tendo prevalência de 83:1.000.000. O uso abusivo e recorrente de substâncias psicoativas e Transtorno Afetivo Bipolar se configura fatores de risco para o desenvolvimento do delírio de parasitose, assim como ocorre neste caso. O vínculo terapêutico é imprescindível para o paciente com esta síndrome obter uma melhor evolução, sendo esta conexão estabelecida com a instituição. Haloperidol, Olanzapina e Risperidona são as medicações mais indicadas para estes casos, no entanto, a paciente não fez uso de Olanzapina e obteve melhora apenas com o início do uso de Risperidona em 2019.

Comentários finais

Comentários Finais: Por conta de sua raridade, há uma escassez de estudos relacionados à Síndrome de Ekbom, que, por sua vez, dificulta e retarda o diagnóstico preciso. Entretanto, é indubitavelmente importante que os sujeitos acometidos pela referida síndrome obtenham o quanto antes o diagnóstico médico, a fim de iniciar um tratamento farmacológico eficaz, bem como, dar início ao tratamento psicoterápico.

Palavras-Chave

Síndrome de Ekbom, Delírio de Parasitose, Psicose.