Dados do Trabalho


Título

Percepção sobre o uso de canabidiol no tratamento de sintomas desencadeados pelo espectro autista: relato de caso

Apresentação do caso

EAB, 5 anos, masculino, procurou o ambulatório de psiquiatria infantil da UNISA aos 3 anos e 4 meses após os pais perceberem desde 1 ano de idade diferenças no desenvolvimento em relação a um primo com idade equivalente. Na primeira consulta foi identificado estereotipias durante a consulta, principalmente a fixação por rodas de brinquedos. Os pais também relataram importantes episódios de agitação, atraso da fala e dificuldade de fixação do olhar bem como de resposta a comandos. Após primeira consulta, iniciou-se risperidona chegando até a dose de 1,5mg/dia sem respostas aparente nas consultas subsequentes. Após falha terapêutica, foi iniciado potencialização com aripiprazol chegando à dose de 20mg/dia. Novamente, após 3 meses de tratamento, existiu apenas melhora dos quadros de agitação, no entanto, com piora dos quadros de estereotipias e início de episódios heteroagressivos. Após nova falha no tratamento, foi indicado o uso de canabidiol iniciando a dose em 50mg/dia com retirada dos outros fármacos. No retorno, após 2 semanas, mãe relata melhora importante dos episódios de heteroagressividade e agitação, melhora do padrão de sono e da cognição durante as terapias. Atualmente, EAB está em uso de 60mg/dia de CBD com melhora global importante e sem novas queixas.

Discussão

O tratamento utilizando o CBD vem sendo usado para uma variedade de enfermidades, entre elas o autismo. Estudos retratam que o acesso à internet impulsionou a busca e consequentemente a informação acerca da terapia com CBD e seus muitos relatos positivos, acerca da medicação. Muito tem sido discutido sobre o desenvolvimento terapêutico do CBD para o tratamento dos sintomas do autismo. Estes vem trazendo uma nova análise sobre o uso, afirmando uma evolução expressiva na redução de distúrbios comportamentais e do sono. Em uma análise feita em 60 crianças, 39% desses tiveram melhora no fator ansiedade e, consequentemente, na facilitação do sono. No TEA a falha no neurodesenvolvimento implica em déficits nas relações intersociais, assim como na comunicação. No entanto, após a inserção da terapia com CBD as crianças apresentaram um avanço positivo.

Comentários finais

O relato apresentado neste estudo se assemelham aos reportados anteriormente. Nesse ponto os relatos foram múltiplos, já que a mudança de opinião se deu em todos os participantes do presente estudo.

Palavras-Chave

canabidiol, transtorno do espectro autista, cannabis

Área

Psicofarmacologia

Autores

RAFAEL FURLAN SILVA FABRI, RODRIGO FURLAN SILVA FABRI, BRUNA DE CASTRO ANDRADE GASPARIAN, GLAUCE GABRIELA ANSELMO SANTOS, SONIA MARIA MOTTA PALMA