Dados do Trabalho


Título

FISIOLOGIA DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO: REVISÃO

Introdução

A depressão pós-parto (DPP) é um distúrbio muito presente na população acometendo puérperas aproximadamente entre a quarta e a oitava semana pós-parto. É caracterizado por alterações emocionais, cognitivas, comportamentais e físicas, prejudicando a qualidade de vida psicossocial da mulher e a interação mãe-bebê. Existem fatores predisponentes ou associados à condição, entre eles alterações hormonais, história prévia de depressão, eventos pessoais estressantes, amamentação malsucedida, complicações obstétricas, baixos níveis de escolaridade, histórico familiar de doenças mentais, gravidez mal planejada, conflito marital ou familiar e baixo apoio social.

Objetivo

Analisar a literatura coletada sobre a depressão pós-parto e estudar sua fisiopatologia, além de promover uma maior compreensão sobre esse sofrimento psíquico ainda muito relevante nas puérperas.

Método

Revisão de literatura sistemática a partir de artigos coletados nas bases de dados PubMed, Lilacs e Scielo, nos idiomas português e inglês, considerando artigos dos anos 2015 até 2021.

Resultados

A hiperativação do eixo HHA afeta amígdala, giro cingulado anterior e hipocampo. Áreas que possuem receptores de glicocorticoide e CRH, os quais possuem relação com a depressão. Os hormônios lactogênicos ocitocina e prolactina têm sido implicados na condição devido ao seu papel na regulação emocional. As mudanças imunológicas e a ligação com a DPP convergem na neuroinflamação um fator influente na neurobiologia da doença, uma vez que está associada à modificações na transmissão sináptica. Nos estudos de genomas, foram encontradas alterações genéticas passíveis de aumento na suscetibilidade à moléstia, no cromossomo 1q21.3 – q32.1 e 9p24.3 – p22.3 e na hemicentina-1 (HMCN1). Entre os neurotransmissores o GABA e Glutamato merecem destaque por suas funções no eixo HHA. Novas responsabilidades e cuidados destinados ao bebê, pela privação de sono, pelo isolamento social, pela baixa autoestima são alguns dos fatores psicossociais a serem considerados.

Conclusão

Existem diversos aspectos potencialmente envolvidos na fisiopatologia da DPP, como discutidos acima. Embora ainda não esteja totalmente elucidado os componentes predisponentes a DPP as descobertas recentes abrem a possibilidade de que não seja fatores isolados os responsáveis, mas uma somatória de vários fatores. O estudo em questão apresenta alguns, provavelmente os mais prevalentes e seu total esclarecimento se faz premente para o tratamento e prevenção desta condição que traz tanto sofrimento.

Palavras-chave

Depressão pós-parto; puerpério; gestação; fisiologia

Área

Transtornos do Humor

Autores

RODRIGO ALMEIDA LUZ, GABRIEL BASTON REALISTA, MARCELA HADDAD PARADA, MATHEUS MACEDO, VITOR FILARDI DE TOLEDO LEME, GLAUCE GABRIELA ANSELMO DOS SANTOS, RAFAEL FURLAN SILVA FABRI, KALIL DUAILIBI