Dados do Trabalho
Título
Sintomas neuropsiquiátricos em idosos com demência institucionalizados e sobrecarga do cuidador
Introdução
A presença de sintomas comportamentais e psicológicos é comum em quadros de demência. Estes se caracterizam por sinais associados aos transtornos da percepção, do conteúdo, do pensamento, do humor ou do comportamento que são frequentes na demência. Em idosos institucionalizados esta sintomatologia constitui um importante fator para o sofrimento do paciente e estresse do cuidador.
Objetivo
Verificar a presença dos sintomas comportamentais e psicológicos de idosos com demência institucionalizados e o desgaste ao profissional envolvido no cuidado.
Método
Estudo descritivo-exploratório que visou identificar a frequência, a gravidade e o desgaste do cuidador em relação aos sintomas neuropsiquiátricos de pessoas com demência. Foi aplicado instrumento de caracterização dos participantes e o Questionário do Inventário Neuropsiquiátrico (NPI-Q) a enfermeiros de duas instituições de longa permanência para idosos (ILPI) no interior de São Paulo. O estudo teve aprovação ética por uma Universidade Federal.
Resultados
Participaram do estudo 14 idosos institucionalizados, sete de cada ILPI. Amostra predominantemente feminina (85,7%), idade média de 83,7 anos, presença de m= 2,6 comorbidades, medicamentos (m=3,9), tempo de institucionalização (m= 10,1 meses) e Demência de Alzheimer sendo o transtorno neurocognitivo maior mais comum (71,4%). Os sintomas mais frequentes foram: delírios (78,6%), alucinações (64,3%), depressão (50%), ansiedade (57,1%) e apatia (57,1%). Apresentaram-se mais graves os sintomas de depressão (54,5%), ansiedade (62,5%), irritabilidade (75%) e euforia (50%). Causaram maior desgaste (grau 5 de perturbação) nos cuidadores os sintomas: delírios (45,5%), ansiedade (62,5%) e irritabilidade (75%). A depressão causou desgaste moderado (grau 3 de perturbação) (42,8%). Alucinações causaram desgaste ligeiro (44,4%) e apatia (37,5%).
Conclusão
A presença de sintomas neuropsiquiátricos em idosos institucionalizados é alta e pode variar conforme o tipo de demência, causando desgaste ao profissional que cuida. Dessa forma, estudos que identifiquem a prevalência dos mesmos faz-se necessário para que sejam desenvolvidos investimentos na assistência do idoso e do cuidador. O melhor manejo destes sintomas pode gerar qualidade de vida tanto para o idoso com demência, quanto para o profissional.
Palavras-chave
Transtorno Neurocognitivo Maior, Sintomas Neuropsiquiátricos, Instituições de Longa Permanência para Idosos
Área
Neuropsiquiatria geriátrica
Autores
LUANA APARECIDA ROCHA, BIANCA FRANCESCHINI SIQUEIRA, GUSTAVO CARRIJO BARBOSA, GABRIELA MARTINS, BEATRIZ RODRIGUES DE SOUZA MELO, ANA JULIA DE SOUZA CAPARROL, ANABEL MACHADO CARDOSO, ALINE CRISTINA MARTINS GRATÃO