Dados do Trabalho


Título

DISTÚRBIO DO CONTROLE DO IMPULSO SEXUAL E DOENÇA DE PARKINSON: UM RELATO DE CASO.

Apresentação do caso

NCL, sexo masculino, 56 anos, natural e procedente de São Paulo – SP, casado, formação superior completa em Obras Hidráulicas, desempregado. Comparece acompanhado da esposa com o relato de ter “obsessão em enfiar objetos no ânus desde os 15 anos, com piora recente”. Paciente conta que seu comportamento foi iniciado aos 15 anos, quando colocava canetas e lápis no ânus. Passou a usar garrafas PET com volumes progressivos, sozinho e com masturbação aproximadamente a cada 3 dias.
Foi casado por 20 anos, com divorcio há 3 anos. O paciente relata que durante o último ano de seu casamento, sua filha de 19 anos (16 à época) encontrou-o na cozinha de casa masturbando-se com uma garrafa dentro do ânus. Ele conta que isso a deixou chocada, mas isso não parece lhe causar desconforto (apesar de referir constrangimento). Conta, ainda, que exercer esse tipo de prática em situações de risco, lhe oferece mais prazer.
Nega interesse sexual específico relacionado a crianças, animais, bem como pendencias judiciais. Nesse ponto, a esposa intervém trazendo o relato de que o paciente tem apresentando comportamento desinibido em ambientes públicos, em que fica encarando mulheres no transporte público de forma a causar desconforto a ponto de se afastarem, enquanto manipula seus genitais através da mão no bolso.
Sua enteada (13 anos) morava em Recife-PE e passou a morar com eles há 3 meses. Ao recebe-la, o paciente lhe deu de presente seu antigo notebook – o qual continha sabidamente nos resultados de busca mais frequentes sites de pornografia e um site de relacionamentos.
Refere diagnóstico de Doença de Parkinson há 11 anos, quando iniciou acompanhamento na Santa Casa de Misericórdia – SP. Em uso de Levodopa + Benserazida 100/25 mg 02 comprimidos a cada 3 horas; Amantadina 50 mg 01 comprimido a cada 6 horas; Pramipexol 0,5 mg 01 comprimido a cada 6 horas.

Discussão

A Doença de Parkinson idiopática - forma de manifestação mais comum, manifesta-se com sintomas motores (rigidez, bradicinesia, tremores); sintomas não motores (cognitivos, humor deprimido, apatia) e sintomas neuropsiquiátricos (distúrbio por controle de impulsos). Nesse sentido, estima-se que a fisiopatologia da DP, associados a traços de personalidade predisponentes que são potencializados pela terapia com agonistas dopaminérgicos, aumentem a incidência de distúrbios por controle de impulsos nesses pacientes.

Comentários finais

Esse é um tema que merece nossa atenção para a saúde do paciente e vulnerabilidade dos familiares.

Palavras-Chave

DOENÇA DE PARKINSON; DISTÚRBIO POR CONTROLE DE IMPULSOS; PARAFILIA

Área

Transtornos relacionados ao Estresse

Autores

VINÍCIUS FERNANDES DE FREITAS, RAFAEL FURLAN SILVA FABRI , RODRIGO LUZ DE ALMEIDA LUZ , VITOR DE SOUZA VANO, VITOR FÉLIX DE TONI, RICARDO VIEIRA NASSER, KARINA MAYUMI KAWAKAMI, CLAUDIA MARTINS SANTANA