Dados do Trabalho


Título

Ambulatório de neurologia geral : perfil epidemiológico

Introdução

O presente estudo se destina a identificar em um ambulatório de neurologia geral do sistema único de saúde brasileiro o perfil das ocorrências em neurologia em espaço de tempo determinado. De fato, é indagação frequente durante a formação do médico neurologista sobre as prevalências das principais moléstias nos atendimentos na área neurológica. Dessa forma, procura-se traçar essa realidade mediante o levantamento dos diversos diagnósticos em neurologia em atendimentos ambulatoriais elucidando indagações sobre o próprio campo de trabalho.

Objetivo

Identificar o perfil de atendimentos em clínica-neurológica geral em dado espaço de tempo elucidando as moléstias mais e/ou menos comumente identificadas e consequentemente o perfil de trabalho no campo neurológico no ambiente ambulatorial do sistema único de saúde.

Método

Foram levantados os diagnósticos neurológicos em ambulatório de neurologia do sistema único de saúde em hospital municipal da rede de saúde da cidade de Poços de Caldas-MG compreendendo o período de abril de 2016 a abril de 2017. Desse modo, pôde-se traçar o perfil dos grupos de moléstias no atendimento em neurologia geral na rede SUS.

Resultados

Foram avaliados 1236 indivíduos no período de abril de 2016 a abril de 2017 sendo 1043 pacientes do sexo masculino correspondendo a 84,38% dos pacientes deste ambulatório neste período. Tais atendimentos compreendem: cefaléias: 215 (17,39%), epilepsias: 180 (14,56%), síndromes demenciais: 171 (13,83%), discopatias cérvico-dorso-lombares: 140 (11,32%), doenças neurovasculares: 120 (9,70%), distúrbios dos movimentos: 102 (8,25%), doenças dos nervos periféricos: 64 (5,17%), distúrbios vestibulares: 48 (3,88%), trauma raqui-medular e cranioencefálico: 41 (3,31%), transtornos do humor: 35 (2,83%), neoplasias do sistema nervoso central: 25 (2,02%), doenças desmielinizantes do SNC: 23 (1,86%), doenças neuromusculares: 15 (1,21%), transtornos do sono: 13 (1,05%), doenças neuro-infecciosas: 12 (0,97%), outros diagnósticos:32 (2,58%).

Conclusão

Percebe-se um dado epidemiológico interessante com a maioria de pacientes do sexo masculino neste estudo. É possível ligar esse fato às doenças relacionadas ao aspecto ocupacional, ( discopatias cérvico-dorso-lombares, trauma raqui-medular e cranioencefálico). Por outro lado, confirmam-se aspectos já conhecidos na literatura como a grande prevalência das cefaléias e epilepsias agora objetivamente explicitados.

Palavras-chave

ambulatório, neurologia, epidemiologia

Área

Neurociência básica

Autores

TIAGO ABREU TEMPONE, ANGELA BERNARDINO, RAÍSA LAISNER FREGONEZI