Dados do Trabalho


Título

Avaliação dos efeitos ansiolíticos de um peptídeo, administrado por via intranasal, bioinspirados na peçonha da vespa social em um modelo de ansiedade.

Introdução

Ansiedade é explicada como “a antecipação apreensiva de um perigo ou infortúnio futuro acompanhada por um sentimento de disforia ou sintomas somáticos de tensão” que é universal e não necessariamente patológica. Essa sensação é uma resposta fisiológica do organismo a um potencial perigo. Entretanto, a ela se torna patológica quando sua intensidade e duração superam o estímulo iniciador. O tratamento mais usual para esse tipo de transtorno é a psicoterapia associado a ansiolíticos e antidepressivos. Entretanto, essa medicação causa em dependência nos pacientes. A fim de melhorar o tratamento, existem estudos com terapias alternativas com o uso de peptídeos bioinspirados, como a Prolistarina (derivado do Neuroval, da vespa S. surinama). A via de administração intranasal surge como uma alternativa na prática clínica pois proporciona uma administração segura, não traumática e permite uma absorção de 100%.

Objetivo

O objetivo deste projeto é analisar o efeito ansiolítico do peptídeo Prolistarina administrado por via intranasal em um modelo murino de ansiedade.

Método

Os camundongos foram divididos em 4 grupos: peptídeo, veículo, PTZ e DZP (estes por via intraperitoneal).  O peptídeo isolado, Prolistarina, e o veículo foram administrados via intranasal em dose de 20 µg/20 µL em cada animal. Previamente a administração, o animal era submetido a uma processo de anestesia inalatória que permitia sua manipulação e a administração. Para a determinação dos parâmetros de ansiedade foi realizado o teste do labirinto em cruz elevado e do campo aberto

Resultados

O teste ANOVA mostrou que houve diferença significativa no tempo de permanência nos braços abertos e o pós-teste de Tukey mostrou que os camundongos tratados com DZP permaneceram por mais tempo nos braços abertos quando comparados com os animais tratados com o veículo, PTZ e com o peptídeo. Não houve diferença significativa entre os grupos na análise do número de entradas nos baços abertos ou fechados. Os animais tratados com DZP permaneceram menos tempo nos braços fechados e foram estatisticamente diferentes dos demais grupos. O tratamento não promoveu alteração na locomoção do animal.

Conclusão

A Prolistarina é um peptídeo promissor no desenvolvimento de novos medicamentos para o alívio da ansiedade, mas é necessário a avaliação de outras doses mais efetivas. A via de administração intranasal apesar de vantajosa para a prática clínica exige muita manipulação do animal causando estresse que pode comprometer o desempenho nos testes comportamentais.

Palavras-chave

ansiedade, peptídeo, administração intranasal

Área

Transtornos relacionados ao Estresse

Autores

JULIANA R MADUREIRA, MARCIA RENATA MORTARI