Dados do Trabalho
Título
VIVÊNCIAS ESPIRITUAIS COMO PREDITORAS TAMBÉM DE SAÚDE MENTAL: NÃO BASTA APENAS RECONHECER, É IMPRESCINDÍVEL DIVULGAR
Introdução
Desde o século XIX, especialistas tendem a considerar experiências espirituais como transtornos mentais e envolvimento religioso como marcador patológico ou de imaturidade psicológica. Um número crescente de estudos, felizmente tem modificado essa realidade ao longo do tempo. Trata-se de um campo ainda emergente e pouco explorado da ciência, o estudo das considerações necessárias que refiram as vivências espirituais como também marcador de saúde mental e não necessariamente de doença.
Objetivo
Inferir que características específicas simples, a partir do aprofundamento nos estudos, devem ser, não só estabelecidas, como divulgadas ativamente quando conhecidas, a fim de auxiliar na determinação da natureza não patológica de uma dada experiência espiritual, evitando diagnósticos indevidos que venham a afetar a qualidade de vida.
Método
Revisão direcionada a artigos com dados originais relacionados a aspectos psicológicos, neurológicos e psiquiátricos de experiências espirituais, assim como revisão da literatura com ênfase neste tema.
Resultados
À medida que é demonstrada a prevalência de experiências ditas psicóticas ou dissociativas na população em geral, percebe-se algo que chama a atenção nos relatos: ausência de sofrimento da maioria dos indivíduos que vivenciam tais experiências, sendo estes componentes de um grupo heterogêneo, no qual alguns são afetados por transtornos psiquiátricos e outros não. Exemplos disso são a ausência de sofrimento, de prejuízo ocupacional ou funcional, aceitação da experiência por outras pessoas, controle sobre a experiência, compatibilidade cultural no contexto de vivencia diária do indivíduo, crescimento pessoal ao longo do tempo.
Conclusão
Há evidências consistentes hoje de que experiências anômalas são frequentes na população em geral e, em sua maioria, não estão relacionadas a transtornos psicóticos ou de personalidade; é o caso das experiências espirituais que frequentemente envolvem vivências dissociativas de caráter não patológico. É imprescindível a divulgação, tanto no meio científico quanto não científico dos critérios que isentam um indivíduo da classificação patológica de suas vivências, ainda que estas tenham padrão distinto do que é tido como normal na sociedade. Assim, diagnósticos psiquiátricos podem ser suplantados pelo reconhecimento de uma vivência anômala não patológica quando assim o for, favorecendo a saúde mental de indivíduos e da coletividade na qual estão inseridos.
Palavras-chave
ESPIRITUALIDADE, SAÚDE MENTAL
Área
Outros Transtornos Psiquiátricos
Autores
JOZE PAIVA DE OLIVEIRA RIBEIRO DO NASCIMENTO