Dados do Trabalho


Título

PREVALÊNCIA DE TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS E BURNOUT EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS: UM REFLEXO DA PANDEMIA OU APENAS RESULTADO DO TRABALHO?

Introdução

Desde o início da pandemia, as profissões tem se reinventado para perpetuação do ofício. Dentre as mais afetadas encontram-se os professores, os quais precisaram se adaptar abruptamente às adversidades tecnológicas e virtuais, levando seu trabalho para dentro de suas horas e ambientes de lazer culminando em jornadas múltiplas e extensas.

Objetivo

Tendo em vista que poucas pesquisas envolvem a saúde mental deste nicho, esta visa descrever variáveis relacionadas ao estresse no trabalho, depressão e ansiedade em professores universitários durante a pandemia.

Método

É um estudo transversal de natureza quali-quantitativa com amostragem aleatória convidada a responder um questionário eletrônico através de e-mail e whats app durante 5 meses. Foram utilizados 4 instrumentos, sendo 3 validados (a Escala de Hamilton para Depressão, o Inventário de Beck para ansiedade, a Escala de Estresse no Trabalho) e um original. A análise estatística foi elaborada no SPSS statistics.

Resultados

Participaram da pesquisa 22 professores de 10 cursos diferentes, de maioria feminina, em união estável, com renda até 10 salários e média de idade menor que 39 anos. Quanto a sua história pessoal 59.1%(13) tiveram algum transtorno mental na vida, 19 (86.4%) tinham história familiar, sendo 17 (77.3%) em parentes de primeiro ou segundo grau. Foram classificados como depressivos leves, 12 (54.6%) e 2 (9.1%) como graves, para a ansiedade 5 (22.7%) eram leves, 2 (9.09%) moderados e 1 (4.54%) severo. Por fim, 5 (22.7%) portavam alto grau de estresse, sendo que os depressivos graves ou ansiosos severos estavam neste grupo. O perfil dos mais estressados e mais graves são: professoras que trabalhavam em até 2 lugares, pelo menos de 71-80 horas por semana, com renda menor que 10 salários mínimos, com história de transtorno mental na família. Ademais, os participantes estavam insatisfeitos com sua vida social, dando-lhe nota 3, já a interface pessoal, profissional e geral recebeu 4, os com alto grau de estresse avaliaram o relacionamento interpessoal com nota 3.

Conclusão

A adesão foi menor do que a esperada, principalmente considerando o acesso contínuo à internet. Os resultados parecem indicar uma tendência ao adoecimento e recaídas em professores. Surge a hipótese de que as horas trabalhadas e a renda são estressores importantes aliados ao trabalho, sobretudo quando não há mais distanciamento físico e emocional entre o ambiente de trabalho e de descanso, o que pode afetar o relacionamento social e interpessoal, piorado pelo isolamento.

Palavras-chave

Estresse Ocupacional; Depressão; Ansiedade.

Área

Transtornos relacionados ao Estresse

Autores

LETÍCIA VIEIRA DA SILVA, GISELE APARECIDA FÓFANO