Dados do Trabalho


Título

Por um Exame Psicopatológico fluente e coeso: uma construção baseada no fluxo da informação através das funções mentais.

Introdução

O exame psicopatológico se trata de um componente indispensável ao exame psíquico e, portanto, às ciências da psiquê e do comportamento. Assim, é imprescindível uma estrutura que seja capaz de objetivar o estudo do psiquismo e trazer uma linguagem comum neste exame, tornando-o passível da identificação de padrões e tenha semântica para discussões, generalizações, comparação e análise da evolução. Jaspers (1979) em seus estudos apontou para a necessidade desta estrutura, assim como chamou atenção para o cuidado em não se cair em propostas simplesmente didáticas, práticas e mnemônicas nas quais se perca a percepção da essência. Contudo, expõe também uma linha de continuidade quanto ao desenvolvimento de novas ordenações do método e coloca sua obra como ponto de partida ao desenvolvimento de novas tentativas, chamando atenção para não se petrificar nas classificações existentes. Sadock et al. (2017) atribuem ao exame do estado mental a mesma importância que o exame físico na medicina, assim como enfatizam a necessidade de registro da totalidade do funcionamento psíquico, propondo tópicos psicopatológicos para se fazer esta abordagem. Deve-se construir este registro de maneira fluente, evocando à memória todas as funções mentais. Assim, a estrutura do exame não deve cair no simplismo, porém mostra-se útil a busca por elementos norteadores, constituintes da essência do sujeito, que facilitem sua construção. Já nos estudos neurocientíficos, Kandel et al. (2014) apresentam uma percepção de que o resultado do funcionamento neuropsicológico se trata de um constante fluxo de informações, envolvendo a sensopercepção, seu processamento, a produção de memórias, do sentido de Eu e a geração de nova informação.

Objetivo

Este trabalho propõe a elaboração de uma estrutura de exame psicopatológico baseada neste fluxo de informações através das funções psíquicas, almejando fluência e discernimento no trabalho lógico e mnemônico de sua construção.

Método

Uma análise comparativa das obras Psicopatologia Clínica (Schneider, 1968), Psicopatologia Geral (Jaspers, 1979), Princípios de Neurociências (Kandel et al. 2014) e Compêndio de Psiquiatria (Kaplan e Sadock, 2017).

Resultados

São descritas 18 funções, divididas em 3 grupos de 6, por natureza em comum, seguindo uma arquitetura do fluxo de desenvolvimento da informação psíquica.

Conclusão

Intencionou-se não apenas estabelecer uma ferramenta potente à construção do exame como também fomentar a discussão sobre o estado da arte da psicopatologia na prática clínica atual.

Palavras-chave

psicopatologia; exame psíquico; neuropsicologia da informação

Área

Neuropsicologia

Autores

FELIPE XIMENES MURICY DA ROCHA, RODRIGO CÉSAR DA COSTA LOPES