Dados do Trabalho
Título
Haloperidol no tratamento do status migranoso : série de casos
Apresentação do caso
A cefaléia é uma das queixas mais comuns na atividade médica, especialmente nos atendimentos de urgência. A migrânea é, dentre as cefaléias primárias, a mais comum. Porém, trata-se de um quadro álgico frequentemente incapacitante. A dor migranosa caracteriza-se por ser forte, pulsátil, piorando às atividades físicas com duração de 4 a 72 horas, sendo ainda, unilateral na maior parte dos casos além de ser acompanhada de náuseas, fotofobia, fonofobia. Nesse contexto, destaca-se um evento pouco comum, entretanto, de grande relevância : o status migranoso. Trata-se de um quadro álgico que perdura para além das 72 horas verificadas em eventuais crises migranosas. Desse modo, é comum o abuso dos analgésicos no contexto do status migranoso, sendo frequente o uso de diversos grupos de analgésicos, anti-inflamatórios, ergotamínicos, triptanos, etc. Contudo, verifica-se no ambiente das emergências, o abuso dos opióides, classicamente, não recomendados nas crises álgicas migranosas. Em outra medida há na literatura a indicação do haloperidol no tratamento das crises de enxaqueca, especialmente, nos "status migranosos" onde comumente se verifica uso de vários analgésicos. Relata-se, portanto, uma série de sete casos de tratamento de crises migranosas valendo-se do haloperidol como medicação de controle álgico.
Discussão
Verifica-se na literatura, para o tratamento das crises de migrânea, opções analgésicas destacando-se, nos últimos anos, o uso cada vez mais frequente dos triptanos com gradual redução do uso dos ergotamínicos dado seus efeitos adversos. Muitos dos pacientes que procuram as emergências, já se valeram dos muitos grupos de medicações analgésicas antes mesmo de chegar ao pronto-atendimento. Desse modo, são comuns os casos, no ambiente da urgência, do uso de opióides como opção terapêutica, especialmente, nas redes públicas de saúde onde medicações como triptanos por via nasal ou subcutânea não estão disponíveis. Discute-se, portanto, o uso do haloperidol numa série de sete casos em ambiente de pronto-atendimento, por via endovenosa em cinco dos referidos casos e via intra-muscular em dois pacientes entre o período de dezembro 2019 e junho 2021. Em todos os casos, houve melhora do quadro álgico apenas após a utilização da substância haloperidol.
Comentários finais
Reforça-se neste trabalho os achados na literatura que suportam o uso do haloperidol no tratamento das crises de migrânea, especialmente no "status migranoso", valendo-se da segurança que a substância oferece.
Palavras-Chave
"status migranoso", haloperidol, tratamento
Área
Outros Transtornos Neurológicos
Autores
TIAGO ABREU TEMPONE