Dados do Trabalho


Título

Prevalência de COVID-19 em funcionários de um Hospital de referência em Psiquiatria em Salvador-BA

Introdução

Com o surgimento no final de 2019, a COVID-19 despertou uma enorme atenção no mundo, espalhando-se de forma acelerada a partir de janeiro de 2020. Além de sofrimento físico, é comum que casos confirmados ou suspeitos sofram de sintomas psíquicos, como preocupação excessiva, insônia, irritabilidade e sintomas depressivos. Isto posto, faz-se necessário oferecer à população um serviço de saúde mental adequado para acolher, diagnosticar e tratar as comorbidades psíquicas associadas à COVID-19. Contudo, os profissionais de saúde mental também estão expostos à contaminação pelo SARS-CoV-2, especialmente quando se leva em consideração que pacientes psicóticos têm menor percepção de mudanças no ambiente e carecem de um senso de autoproteção. Sendo assim, este estudo se propõe a avaliar o número de profissionais contaminados pela COVID-19 num hospital psiquiátrico em Salvador-BA.

Objetivo

Evidenciar a prevalência de infecção por COVID-19 em trabalhadores de um hospital de referência em psiquiatria entre 2020 e 2021.

Método

A coleta de dados foi realizada através da Planilha de Controle de Casos COVID-19 (suspeitos e confirmados) elaborada pelo SIAST (Serviço Integrado de Assistência à Saúde do Trabalhador do referido hospital) no período entre abril de 2020 e maio de 2021. O SIAST é o setor responsável pelo encaminhamento de funcionários sintomáticos e contactantes diretos de pessoas infectados pelo SARS-CoV-2 para realização de RT-PCR, realizando também o monitoramento dos funcionários com resultado positivo e reavaliações pós-quarentena.

Resultados

De 1098 encaminhamentos realizados no período, foram contabilizados 131 casos positivos para COVID-19, o que representa cerca de 29% do efetivo do hospital. Dos profissionais que foram infectados, 67 (51,1%) trabalham na assistência direta ao paciente, sendo eles médicos (15 – 11,4%), enfermeiros (4 – 0,03%), técnicos e auxiliares em enfermagem (42 – 32%), psicólogo (1 – 0,007%), assistentes sociais (2 – 0,015%) e nutricionista (1 – 0,007%).

Conclusão

Diversos fatores contribuem para facilitar a disseminação do SARS-CoV-2 em um hospital psiquiátrico. Além da infraestrutura inadequada para manejo de doenças infecciosas e da falta de autocuidado por parte dos pacientes psiquiátricos, lidar com um vírus altamente contagioso não faz parte da rotina habitual da equipe na psiquiatria. Portanto, a implementação de medidas para auxiliar na prevenção de contágio intra-hospitalar são benéficas tanto para os pacientes quanto para os funcionários da saúde mental.

Palavras-chave

COVID-19, profissionais de saúde, hospital psiquiátrico

Área

Outros Transtornos Psiquiátricos

Autores

MAIRA SANDES MOROMIZATO, RAIZA MARTINA ANDRE CARNEIRO MARTINS, ARTHUR MELO LEMOS COUTO, ANDRE LUIZ ANDRADE ARAÚJO, ANTONIO CARLOS CRUZ FREIRE