Dados do Trabalho

Título

O desbalanço Superóxido- Peróxido de Hidrogênio afeta comportamentos de resposta ao estresse e sobrevivência em minhocas californianas

Introdução

O estresse psicossocial é um “gatilho” no desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs). Eventos estressantes são percebidos de modo diferenciado entre as pessoas (resiliência). Estados pró-inflamatórios basais associados a variações genéticas poderiam influenciar na resiliência e no risco de depressão. Em humanos, há um polimorfismo genético que está presente na enzima superóxido dismutase dois (SOD2) e que causa um desbalanço superóxido (S) - peróxido de hidrogênio (HP). Assim, no genótipo AA ocorrem uma sobra de HP e no VV sobra de S, esse desbalanço tem sido associado ao risco de desenvolver a depressão. A fim de confirmar o potencial papel do desbalanço S-HP em alterações nos comportamentos de sobrevivência, foi conduzida uma investigação em minhocas californianas (Eisenia fetida) submetidas a um desbalanço farmacológico S-HP, causado pela exposição à rotenona e pela exposição à porfirina.

Objetivo

Avaliar a influência do desbalanço S-HP, em modelos comportamentais associadas à sobrevivência de E. fetida.

Método

As minhocas foram colocadas em placas de Petri, entre duas folhas de papéis filtro embebidas ou com rotenona ou com porfirina, durante 24 horas. Após este período, foram conduzidos testes comportamentais envolvendo o estresse hídrico, avaliados pelo tempo de fuga individual de minhocas expostas a uma solução de Cloreto de Sódio (NaCl) e, pelo tempo em que minhocas previamente mergulhadas em água - que apresentam um padrão de agregação social- levaram para deixar o grupo após serem transferidas para uma placa de Petri, identificar e migrar para um substrato protetor formado por terra úmida e nutritiva.

Resultados

Na análise de escape rápido de 6 minutos, minhocas AA demoraram mais para escapar da solução de NaCl do que as VV. No segundo teste, um comportamento de agregação foi induzido em minhocas por exposição a um ambiente úmido. Minhocas AA mostraram uma desagregação de grupo mais rápida e fuga para o substrato do que as minhocas de controle. Minhocas VV passaram muito tempo explorando o recipiente até que pudessem identificar o substrato protetor.

Conclusão

Assim sugere-se uma interferência do desbalanço S-HP no comportamento de minhocas californianas, estudos futuros podem confirmar ou refutar sua validade e permitir o uso destas informações para desenvolver estratégias para mitigar os efeitos prejudiciais do ânion S (VV).

Palavras-chave

Eisenia fetida; Comportamento; Polimorfismo.