Dados do Trabalho

Título

Associação entre o potencial inflamatório das dietas e queixas de sono em idosos de instituições de longa permanência.

Introdução

A inflamação crônica de baixo grau pode afetar adversamente os padrões de sono, os quais consequentemente podem predizer doenças relacionadas ao envelhecimento. A alimentação desempenha um papel central na regulação da inflamação crônica, sendo um de seus principais fatores modificáveis. Assim, compreender a relação entre sono e o potencial inflamatório das dietas pode contribuir com estratégias para prevenir sintomas relacionados com a baixa qualidade de sono em idosos.

Objetivo

Investigar a associação entre o potencial inflamatório das dietas e queixas de sono em instituições de longa permanência para idosos (ILPIs).

Método

Trata-se de um estudo transversal, quantitativo e exploratório, com amostra de conveniência de duas ILPIs. O estudo utilizou dados já coletados de uma pesquisa multicêntrica sobre fragilidade em idosos institucionalizados. Para a avaliação da presença de queixas de sono foi aplicado um questionário com cinco questões fechadas, referentes a dificuldade para manter o sono, a latência para início do sono, a autopercepção da qualidade geral do sono e a sonolência diurna. Para a avaliação do potencial inflamatório das dietas foi utilizado o índice inflamatório da dieta (IID).

Resultados

O escore total do IID evidenciou uma diferença significativa entre o perfil inflamatório das dietas das instituições (p<0.001). A ILPI com administração pública apresentou um perfil de dieta mais anti inflamatório (IID médio = 0,49), devido à presença em maior quantidade de componentes anti-inflamatórios. Por outro lado, na ILPI com administração filantrópica foi encontrada uma dieta com perfil pró-inflamatório (IID médio = 3,59), devido ao baixo consumo de componentes anti-inflamatórios. Em relação ao sono, na instituição pública, as queixas mais frequentes se referiram a latência para início do sono e sonolência diurna. Na ILPI filantrópica, a sonolência diurna também apareceu como a queixa mais frequente, seguida da dificuldade para manter o sono durante a madrugada. No entanto, a única variável que apresentou diferença significativa entre as instituições foi aquela relacionada a latência para início do sono (p<0.05).

Conclusão

A instituição filantrópica apresentou um perfil de dieta mais pró-inflamatório, tendo a sonolência diurna e a dificuldade para manter o sono como as queixas de sono mais frequentes. No entanto, a latência para início do sono foi a única queixa que apresentou diferença significativa entre as instituições, sendo mais prevalente na ILPI pública.

Palavras-chave

Sono; Dieta; Instituição de longa permanência para idosos.