Dados do Trabalho


Título

DEFICITS DE APRENDIZAGEM: A INCIDENCIA DA DISGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL I

Introdução

O aprendizado da escrita envolve duas habilidades primordiais, uma delas associadas a cognição, por se tratar de um processo aprendido formalmente, que relaciona especificidades visuais à memória e a linguagem. E a relação com o ato motor, o qual permite a transferência do aprendizado cognitivo para a forma codificada da língua. Alterações no traçado da letra pode caracterizar um déficit na escrita tanto pela demanda cognitiva ou motora, ocasionando a disgrafia. Trata-se de um quadro que afeta especificamente a escrita manual, interferindo principalmente na legibilidade da letra, agravando de acordo com o aumento da demanda escolar.

Objetivo

Traçar o perfil da escrita manual de escolares do 3º ao 5º ano do ensino fundamental I, visando identificar a incidência da disgrafia.

Método

Este estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa e aprovado sob o protocolo número 2.956.909/2018. Participaram 133 escolares de 3°, 4º e 5° ano do ensino fundamental, de ambos os gêneros, com idade entre 9 e 12 anos, pertencentes ao ensino público. Os escolares foram distribuídos em três grupos, Grupo I: 41 escolares do 3° ano; Grupo II: 43 escolares do 4° ano; e Grupo III: 49 escolares do 5° ano. Como instrumento de avaliação foi utilizada a Escala de Avaliação do traçado da Escrita, com análise da presença ou não de linhas flutuantes, linhas descendentes e/ou ascendentes, espaço irregular entre as palavras, letras retocadas, curvaturas e angulações das arcadas dos m, n, v, u, pontos de junção, colisões e aderências, movimentos bruscos, irregularidade de dimensão, e más formas. A aplicação foi realizada no segundo semestre letivo, de forma coletiva, com duração média de 20 minutos.

Resultados

A classificação foi realizada com base no estudo original para a elaboração da escala de disgrafia, no qual desempenhos igual ou superior a 8,5 classifica disgrafia. Assim, os resultados indicaram 31 escolares (75%) do GI, 32 (74%) do GII e 29 (59%) do GIII como disgráficos. Desses escolares 9 apresentaram pontuação máxima de 9,5 em GI, 14 em GII e 5 em GIII, indicando que o último grupo foi o que apresentou maior índice de alunos com pontuações mais altas.

Conclusão

Torna-se possível concluir que a disgrafia persiste nos anos escolares, sendo uma característica superior à média dos alunos submetidos a avaliação. Sugerindo ainda maiores pontuações para o 5º ano quando comparado ao 3º, supostamente devido as maiores demandas em escrita.

Palavras-chave

Disgrafia; Déficit na aprendizagem; Percepção visual

Área

TDAH e Distúrbios de Aprendizagem

Autores

CLÁUDIA SILVA, ANA PAULA MONTECCHIARI SILVA, JAYNE ROSA ABREU