Dados do Trabalho


Título

PANORAMA DE INTERNAÇOES POR TRANSTORNOS MENTAIS E COMPORTAMENTAIS DEVIDO AO USO DE ALCOOL – ANALISE DO PERFIL EPIDEMIOLOGICO E ASPECTOS AGREGADOS.

Introdução

A dependência e o abuso de álcool são potencialmente letais, podendo mimetizar e exacerbar outras condições médicas, principalmente psiquiátricas e neurológicas. Entre os transtornos mais comuns pelo uso de álcool estão: a síndrome de dependência, o estado de abstinência com delirium e o transtorno psicótico.

Objetivo

Objetivou-se exemplificar o perfil epidemiológico de pacientes admitidos em unidades hospitalares nos últimos cinco anos por desordens mentais e comportamentais, devido ao uso de álcool no Brasil, além de avaliar aspectos agregados das internações.

Método

Trata-se de um estudo descritivo de dados secundários obtidos no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil. Foram filtrados os casos registrados entre os anos de 2016 a 2020.

Resultados

No período analisado, ocorreram 175.146 internações por transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de álcool. Na região Sul, foram reportadas 71.400 (40,7%) hospitalizações, sendo esse espaço demográfico responsável pelo maior número de internações. Em seguida, estão as regiões Sudeste (33,3%) e Nordeste (17,0%). Quando o número de admissões hospitalares é analisado entre as unidades federativas, nota-se prevalência pelo estado de São Paulo e Rio Grande do Sul, com 35.853 (20,4%) e 33.777 (19,2%) notificações, respectivamente. Sobre o perfil etário dos pacientes, foi possível evidenciar predomínio pela faixa entre 40 e 49 anos (31,2%), seguida por aquela entre 50 e 59 anos. Existe alta prevalência pelo sexo masculino, sendo esse responsável por 88,1% das hospitalizações. Apesar de 21,5% das internações não apresentarem dados sobre a etnia, a cor de pele branca predominou, representando 77.952 (44,5%) admissões. Sobre o caráter do atendimento, mais de 86% tiveram atendimento de urgência. Ainda, o valor médio gasto com cada hospitalização correspondeu a R$1.137,45, e a média de permanência em unidade hospitalar foi de 21,4 dias. A mortalidade do agravo correspondeu a 0,74%.

Conclusão

No Brasil, a mortalidade por transtornos relacionados ao álcool é baixa, entretanto, sua prevalência é significativa. Verificou-se, portanto, uma proporção significativamente maior de homens brancos entre 40 e 49 anos no grupo de admissões hospitalares.

Palavras-chave

Álcool, Internações, Epidemiologia

Área

Outros Transtornos Psiquiátricos

Autores

VICTÓRIA SCHACKER, GABRIEL FIORIO GRANDO, LUISA SOUZA MAURIQUE, FRANCISCO WILKER MUSTAFA GOMES MUNIZ