Dados do Trabalho
Título
QUAIS VARIAVEIS ESTAO ASSOCIADAS COM DEPRESSAO EM ALUNOS DE GRADUAÇAO E POS-GRADUAÇAO EM ODONTOLOGIA? ESTUDO TRANSVERSAL
Introdução
Os transtornos mentais representam quatro das dez principais causas de incapacitação no Brasil, afetando cerca de 20% da população adulta. Diversos estudos indicam altos níveis de sintomas psicológicos, como estresse, depressão, em estudantes do ensino superior. Apesar disso, poucos estudos exploram os fatores associados à depressão utilizando estratégia analíticas ajustadas.
Objetivo
Assim, o presente estudo avaliou a prevalência e variáveis associadas a sintomas depressivos em estudantes de um curso de odontologia do Sul do país.
Método
Foram convidados a participar todos os regularmente matriculados no primeiro semestre de 2020. A coleta de dados se deu por meio de um questionário online, composto por 18 questões estruturadas. Foram coletados dados demográficos, comportamentais, de desempenho acadêmico, de medo e de ansiedade frente à pandemia de COVID-19. A Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (Depression, Anxiety and Stress Scale – DASS-21) foi aplicada, considerando-se apenas o domínio depressão. Para os diferentes graus acadêmicos (graduação e pós-graduação), foram realizadas análises ajustadas e independentes, com uso de regressão de Poisson com estimativas de variância robusta, para verificar a associação entre as variáveis independentes e pelo menos depressão moderada (desfecho primário).
Resultados
Responderam à pesquisa 408 estudantes, sendo 331 da graduação (taxa de resposta: 71,18%) e 77 da pós-graduação (taxa de resposta: 74,29%). A prevalência de pelo menos depressão moderada foi de 40,5% dos alunos de graduação (n=134) e 26% (n=20) dos pós-graduandos. Alunas de graduação apresentam maior ocorrência de depressão pelo menos moderada com relação aos alunos do sexo masculino (razão de prevalência [RP]: 2,01; intervalo de confiança de 95%[IC95%]: 1,36–2,96). Entretanto, alunos de graduação que possuíam média escolar ≥7,0 (RP: 0,56; IC95%: 0,41–0,76) e sem exposição ao fumo (RP: 0,54; IC95%: 0,36–0,82) apresentaram menor RP para depressão pelo menos moderada. Pós-graduandos que relatam orientação sexual não heterossexual apresentaram uma RP 6,70 (IC95%: 2,21–20,29) maior para depressão em comparação com os heterossexuais. Não estiveram associados à depressão em ambos os graus acadêmicos (P>0,05) o medo ou ansiedade frente à pandemia de COVID-19.
Conclusão
Concluiu-se que desempenho acadêmico, sexo, e exposição ao fumo na graduação, e orientação sexual nos pós-graduandos, possuem importância na depressão autorreportada.
Palavras-chave
Depressão, Estudantes, Odontologia
Área
Outros Transtornos Psiquiátricos
Autores
LUÍSA SOUZA MAURIQUE, BRUNA OLIVEIRA FREITAS , RAFAELA ZAZYKI ALMEIDA, MAÍSA CASARIN, VICTÓRIA SCHACKER, GABRIEL FIORIO GRANDO, FRANCISCO WILKER MUSTAFA GOMES MUNIZ