Dados do Trabalho


Título

O USO DE ELETRÔNICOS E A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS NO CONTEXTO DA COVID -19, POR CRIANÇAS DE 0 A 6 ANOS.

Introdução

A primeira infância é uma fase de rápido desenvolvimento físico e cognitivo. É um período propício para a formação de hábitos que favoreçam um crescimento e um estilo de vida saudável. O uso excessivo de eletrônicos pode ser nocivo nessa fase da vida tendo impactos no desenvolvimento social, escolar e físico da criança, estando associado ao sedentarismo, a transtornos de sono, ao aumento da ansiedade e aumento do índice de massa corporal. A pandemia causada pela COVID-19 fez com que milhões de pessoas fossem forçadas a entrarem em lockdown. Estudos recentes têm demonstrado um aumento do tempo de tela entre as crianças com um decréscimo do tempo de atividade física, devido às restrições impostas pela pandemia. A Organização Mundial da Saúde recomenda que as crianças tenham seu tempo dividido de forma a suprir as horas de sono, atividade física e descanso.

Objetivo

O objetivo deste trabalho foi verificar o padrão de uso de eletrônicos e a quantidade de atividade física praticada por crianças de 0 a 6 anos, com desenvolvimento típico, após o início da pandemia.

Método

Um questionário online com perguntas sobre tempo de tela e de atividades físicas e conhecimento em relação às recomendações da OMS foi enviado para pais de crianças de 0 a 6 anos.

Resultados

Foram 651 questionários respondidos, destes 93 foram excluídos por não responderem a maioria das perguntas e 41 por responderem "sim" para a presença de transtornos do desenvolvimento, totalizando 517 respondentes válidos. Os participantes residem em cidades do Vale do Itajaí, em Santa Catarina. A maioria da amostra era de crianças de 2 a 6 anos (72%). No período pré-pandemia, 33,2% das crianças tinham tempo de uso de tela ≥ 2h/dia. E ainda, 21% de todas as crianças iniciaram o uso de tela com menos de um ano de idade. Pouco mais da metade dos pais (51,56%) não conhecem a recomendação da OMS em relação ao uso de eletrônicos. Com relação a prática de atividades físicas no período pré-pandemia, 35,04% das crianças praticavam atividades físicas <1h/dia. Já no período da pandemia, 53% das crianças aumentaram tempo de uso de telas e 21% das crianças não faz atividade física diariamente.

Conclusão

A pesquisa revela que as crianças no período anterior a pandemia, já faziam uso de telas por um período maior e praticavam atividades físicas por um período menor que o recomendado pela OMS. Observa-se que durante a pandemia, estes números só pioraram. Políticas públicas que conscientizem pais e cuidadores são fundamentais para garantir um bom desenvolvimento.

Palavras-chave

Tempo de tela, crianças, sedentarismo.

Área

Outros Transtornos Psiquiátricos

Autores

ANNA PAULA GENOEFA MACARINI, CRISTINA MARIA POZZI, ISABEL CORDEIRO CID BASTOS