Dados do Trabalho

Título

AVC E O CONHECIMENTO POPULAR

Introdução

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a terceira maior causa de deficiência no mundo. Na América Latina, o Brasil tem os maiores níveis de mortalidade por AVC.

Objetivo

Avaliar o conhecimento sobre AVC em nossa comunidade.

Método

Estudo transversal, de base comunitária, realizado em uma cidade brasileira de médio porte. Questionários estruturados (perguntas abertas sobre AVC antecedendo perguntas fechadas) aplicados em transeuntes numa praça pública de dezembro 2015 a outubro de 2016. Regressão logística utilizada na análise de dados. Respostas abertas analisadas através do software IBM SPSS Text Analytics for Surveys. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. TCLE assinado por todos os participantes.

Resultados

633 indivíduos incluídos na pesquisa. Média de idade: 55,3 anos, 323 (51%) do sexo masculino. Média de anos de ensino: 9,6 anos. Dos respondentes, 76,5% ouviram pelo menos uma vez a sigla AVC e 33% sabiam o significado correto de “AVC”; 401 (63,3%) identificaram corretamente o cérebro como órgão acometido e 29,5% mencionaram coração. Nenhum sinal de alarme de AVC (pergunta aberta) foi lembrado por 50,7% dos respondentes; 38 (6%) indivíduos mencionaram síncope como um sinal de AVC e 35 (5,5%) mencionaram cefaleia. 15 (2,4%) sujeitos identifiram dor torácica como sinal de AVC, enquanto 11 (1,7%) relataram parestesia. Quando questionados a respeito dos sinais de alarme do AVC com perguntas fechadas, 416 (65,7%) indivíduos reconheceram desvio da rima labial como sinal de AVC, 408 (64,5%) reconheceram afasia, 371 (58,6%) reconheceram hemiparesia, 237 (37,4%) identificaram dor torácica como sinal comum de AVC e 270 (42,7%) identificaram dor no braço como sinal de AVC. O número de entrevistados que reconheceram 2 ou 3 sinais de alarme corretos e não reconheceram nenhum "sinal errado" (dor no peito ou dor no braço) nas perguntas fechadas foi de 1,6% (10 entrevistados) e 1,3% (8 entrevistados), respectivamente. Reconhecimento de pelo menos 1 “sinal errado” mais 2 ou mais 3 sinais de AVC corretos foi de 14,8% (94 entrevistados) e 48,5% (307 entrevistados), respectivamente. Indivíduos com > 7 anos de escolaridade tiveram maior probabilidade de chamar serviço de emergência em caso de AVC (OR:1,040, IC 95%:1,004-1,078), assim como aqueles que localizaram AVC no cérebro (OR:1,542, IC 95%:1,102-2,156).

Conclusão

É necessário enfoque nas campanhas de conscientização a respeito dos sinais de alarme e patofisiologia do AVC.

Palavras-chave

conhecimento, popular,AVC