Dados do Trabalho

Título

OMALIZUMABE NA CERATOCONJUNTIVITE PRIMAVERIL: RELATO DE USO BEM-SUCEDIDO EM PACIENTE PEDIÁTRICO COM IGE ACIMA DE 5000 UI/mL

Resumo

INTRODUÇÃO: Imunobiológicos representam um grande avanço no tratamento de doenças alérgicas, mas não estão liberados para uso na doença ocular alérgica grave. Apesar disso, há muitos relatos de efeitos benéficos nesses casos. Entretanto, há experiência limitada com o uso de omalizumabe em paciente pediátricos com ceratoconjuntivite grave, especialmente em indivíduos com valores muito elevados de IgE sérica.

RELATO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 11 anos, com diagnóstico de conjuntivite primaveril (pela oftalmologia) desde os 2 anos de idade, além de asma e rinite persistentes, apresentando IgE total maior que 5.000. Fez diversos tratamentos tópicos oculares para controle do quadro: anti-histaminicos, antinflamatórios e tacrolimo, sem melhora significativa, e necessidade de uso frequente de corticosteroide tópico. Ao completar 6 anos de idade, foi indicado tratamento com omalizumabe, mesmo diante dos elevados valores de IgE sérica, diante da gravidade e persistência da doença ocular. Houve melhora significativa, ainda que não imediata, do quadro de ceratoconjuntivite. Apesar de não ter sido possível suspender o uso do tacrolimo colirio regular, o uso repetido de corticosteroide não foi mais necessário, os sintomas estão controlados e houve significativa melhora da qualidade de vida do paciente, sem a presença de qualquer tipo de efeito adverso decorrente do uso do imunobiológico.

DISCUSSÃO: Omalizumabe demonstrou ser uma opção terapêutica eficaz e segura em paciente pediátrico com grave alergia ocular, resistente aos tratamentos habituais. Ainda que o imunossupressor ocular não tenha ainda sido suspenso, o uso de corticoide tópico, com seus reconhecidos efeitos adversos oculares, não foi mais necessário.