L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Avaliar UCE autoimune conforme exames disponíveis na prática clínica

Resumo

Introdução: As hipóteses de etiologia autoimune e autoalérgica para UCE, como entidades distintas, parecem justificar casos de resposta e/ou refratariedade ao tratamento de primeira linha (terapia alvo com omalizumabe). Estratégias para diferenciar tais mecanismos são necessárias e têm sido buscadas, sobretudo para que se tornem mais acessíveis para a prática clínica.

Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo com dados obtidos do registro em prontuário eletrônico pacientes com UCE em acompanhamento em um centro terciário. Embora os testes de ativação e atividade de basófilos (BAT e BHRA) e detecção de autoanticorpos antirreceptor de IgE nos mastócitos sejam considerados como mais fidedignos para detecção de etiologia autoimune, não estão disponíveis na prática clínica. Foram avaliados os dados demográficos e exames complementares: autoanticorpos (anti-TPO), teste do autossoro (TAS), dosagem de IgE sérica total e eosinófilos séricos.

Resultados: Foram selecionados 34 pacientes submetidos ao TAS. A média de idade foi de 51 anos e de duração de doença foi de 14 anos. A maioria dos pacientes (76,5%) apresentou angioedema e a associação com urticária crônica induzida foi de 17,6%. O TAS foi positivo em 58,8% dos pacientes. Apesar disso, o anti-TPO foi positivo na minoria dos pacientes (11,8%) e o FAN, em 38,2%. Entre os pacientes com TAS positivo, a média dos níveis de IgE sérico total foi de 188,5UI/mL. Já nos casos de TAS negativo, a média foi de 419UI/mL. Quanto à resposta aos anti-histamínicos, 30% dos pacientes com TAS + foram classificados como refratários aos anti-histamínicos; a prevalência entre os pacientes com TAS negativo foi de 14,3%. Não foi realizada avaliação estatística devido ao pequeno tamanho amostral.

Conclusão: O levantamento de tais informações e a avaliação de diferentes parâmetros se apresentam como aliados no sentido de melhor compreensão da doença e, sobretudo, na definição de condutas mais assertivas na prática clínica de vida real.

Área

Urticária e angioedema

Autores

Alice Rocha de Magalhães, Franciane Almonfrey Bruschi, Dione Tavares, Jorge Kalil, Antônio Abilio Motta, Rosana Câmara Agondi