Dados do Trabalho

Título

Dermatite atópica em lactente versus higiene pessoal com “água dura”.

Resumo

INTRODUÇÃO: A dermatite atópica é a doença inflamatória crônica cutânea mais frequente na criança, caracterizada por coceiras intensas e eczemas recorrentes e que possui inúmeras interações em sua fisiopatologia, assumindo dessa forma que uma minuciosa anamnese possa também contribuir para um desfecho favorável no controle dessa enfermidade.
RELATO DE CASO: Mãe refere que sua filha, 5 anos de vida, há 2 anos, vem apresentando lesões pruriginosas, eczematosas e recorrentes. Sendo assim, procurou-se assistência médica e a filha recebeu diagnóstico de dermatite atópica. Iniciou-se o tratamento com “creme hidratante”, “antialérgicos” para alívio das coceiras e inibidor tópico da calcineurina (sic). Devido às recorrências da enfermidade, a genitora começou a substituir frequentemente as classes de antialérgicos e cremes hidratantes, utilizando ainda a Cefalexina para infecção de pele (3 ocasiões nesse período), além de Prednisolona (sic). Há 2 meses, buscou-se por cuidados em ambulatório especializado para enfermidades alérgicas, onde foi constatado que os familiares utilizam água de poço artesiano (sem controle por agências reguladoras de água) na rotina de higiene diária. Diante dessa constatação, a mãe foi orientada a suspender o uso da água de poço artesiano, conhecida como “água dura”, além de evitar outros possíveis fatores desencadeantes e já reconhecidos para o controle da doença, incluindo também a utilização apenas de produtos hidratantes específicos, o uso adequado dos corticoides tópicos e inibidores da calcineurina, evitando-se corticoide sistêmico.
CONCLUSÃO: Diante da anamnese clínica minuciosa, constatou-se que a utilização de “água dura” na higiene da criança certamente está contribuindo para a piora das lesões eczematosas e pruriginosas da criança, pois a utilização dessa água rica em sais de metal alcalino na higiene diária é reconhecidamente um agravante da dermatite atópica.