Dados do Trabalho
Título
Tínea Corporis em Paciente Imunossuprimida: Desafios de Diagnóstico no Ambulatório de Alergia/Imunologia
Resumo
INTRODUÇÃO
A demanda de um ambulatório de alergia/imunologia pela rede pública é bastante heterogênea e repleta de afecções dermatológicas atópicas e não atópicas, como a Tínea Corporis. Esta é uma infecção fúngica superficial da pele, com elevada prevalência e diagnosticada clinicamente. Em pacientes imunossuprimidos, o quadro clínico é exacerbado devido redução da resposta imunológica. A seguir, descreve-se o caso de tinea corporis em uma paciente com imunossupressão de etiologia medicamentosa, o que acabou dificultando o diagnóstico e acarretando sofrimento por longos 5 anos.
DESCRIÇÃO DO CASO
Mulher de 63 anos, em tratamento com imunossupressor para retocolite ulcerativa crônica, busca atendimento no ambulatório de alergia/imunologia do Centro de Especialidades Médicas da Prefeitura Municipal de Campo Grande, com queixas de lesões cutâneas há 5 anos, sem êxito nos tratamentos anteriores. Há 3m o quadro piorou, com intenso prurido e sem resposta a corticoides. Ao exame, lesões em placas eritematosas, descamativas e pruriginosas em abdome e coxas (foto 1). Suspeitou-se de infecção fúngica agravada pelo imunossupressor. O tratamento empírico via oral com itraconazol 200 mg/dia por sete dias e após 100mg/dia por 2 semanas, foi eficaz, resultando em melhora significativa após 45 dias (foto 2). O diagnóstico foi confirmado posteriormente com a análise direta e cultura, que identificou Trichophyton tonsurans.
DISCUSSÃO
Pacientes em uso de medicamentos imunossupressores são mais suscetíveis a infecções oportunistas, e a supressão imune pode alterar a apresentação clínica.No caso relatado, a apresentação intensa das lesões postergou o diagnóstico correto, mesmo após diversas consultas com dermatologistas.O fato deste diagnóstico só ter sido elencado por um alergologista, corrobora a importância do diagnóstico diferencial no contexto de um ambulatório de alergia/imunologia e promove, ainda mais, a necessidade de considerar as infecções fúngicas em cenários de imunossupressão.
Área
Outros
Autores
Vinicius Suguita Azuma, Tamires Sobral Pereira, Mateus Peloso Velho, Caroline Molina Max, Leandro Silva de Britto