Dados do Trabalho

Título

Características de pacientes com hipogamaglobulinemia (Hgg) em reposição de imunoglobulina intravenosa (IgIV)

Resumo

Introdução: A hipogamaglobulinemia está presente em diversas doenças. Nos propomos avaliar características de pacientes com hipogamaglobulinemia que recebem imunoglobulina intravenosa em hospital terciário. Método: Análise retrospectiva de prontuários de pacientes com Hgg em uso de IgIV atendidos entre 01/2018 a 06/2023 em serviço de Alergia e Imunologia. Feita análise por cálculo de medidas descritivas para variáveis quantitativas. Resultado: Dos 30 pacientes avaliados, 60% eram do feminino e 56,7% maior de 60 anos. No diagnóstico, relataram infecção de repetição: pneumonia (46,6%), sinusite (26,6%) e diarréia (23,3%). Doenças autoimunes estavam presentes em 46%, sendo 26,6% tireoidopatias. Houve diagnóstico de alergia em 63,3 %, sendo a rinite a mais comum (40%). Entre as neoplasias, observamos doenças linfoproliferativas e tumores sólidos anteriores ao diagnóstico de hipogamaglobulinemia, e após 1 caso de adenocarcinoma e 1 de neoplasia pulmonar. Citopenias isoladas ou em associação ocorreram em 30%. Histórico de internação ocorreu por comorbidades em 43,3%, não havia histórico familiar de erros inatos da imunidade e 1 paciente referia consanguinidade. Houve uso de imunossupressor em 50% da casuística, sendo que hipogamaglobulinemia foi detectada em 93,3% antes do uso da droga. Média de níveis de IgG antes do início da reposição de IgIV era de 487 mg/dl e 4 tinham IgG < 200 mg/dl. Níveis de CD19 eram <574,8 cél/mm3 em 8 pacientes e em 10 o CD4 era <500 cél/mm3. Faziam uso de antibiótico profilático 12 (40%). Evoluíram com óbito, 5 pacientes (16,6%) sendo 2 por infecções pós-Covid, 1 por complicação pós broncoscopia, 1 por criptococose. Conclusão: Infecções foram as manifestações mais frequentes, seguidas de doenças autoimunes. Sinais de alerta de EII são referências para triagem diagnóstica, devendo atentar para presença de alergia. Vigilância tumoral é recomenda, assim como abordagem multidisciplinar para diagnóstico precoce e redução de complicações clínicas.