Dados do Trabalho

Título

Tendências na Mortalidade e Internações por Asma no Brasil: uma Análise Nacional da Década 2012-2021.

Resumo

Introdução: A asma é uma das doenças crônicas mais frequentes, trazendo uma carga importante ao sistema de saúde. O objetivo deste trabalho foi analisar as tendências epidemiológicas nas internações e na mortalidade por asma no Brasil entre 2012 e 2021.
Métodos: O estudo foi baseado na análise de internações e óbitos por asma (CID J45 ou J46) registrados nos sistemas de informação hospitalar e de mortalidade do Ministério da Saúde, entre janeiro de 2012 e dezembro de 2021. Foram calculadas taxas de hospitalização e mortalidade específicas anuais (THE e TME) para cada estado, região, grupo etário e sexo, por 100.000 habitantes. Também foram calculadas TME médias (TMEM) correspondentes aos 10 anos estudados, por 100.000 habitantes.
Resultados: Foram incluídas na análise 964.654 internações e 23.846 óbitos. A TME nacional manteve-se estável no período (1,19 em 2012 e 1,17 em 2021), com um predomínio de óbitos no sexo feminino (TMEM 1,43x 0,86). Pacientes com >75 anos têm quase 4 vezes maior risco de morte quando comparados ao segundo grupo em maior risco, aqueles entre 65 e 74 anos (TMEM 14,1 x 3,67), e os pacientes entre 5-14 anos estão em menor risco (TMEM 0,14). Em todas as faixas etárias, a mortalidade se manteve estável ao longo dos anos, exceto entre >75a, com queda de 16 para 12, e entre 0-4 anos, de 0,7 para 0,2. Entre regiões, a região Sul apresentou a maior TMEM (1,38), enquanto a Norte apresentou o menor índice (0,67). A THE caiu de maneira importante entre 2012 e 2021, indo de 73,9 para 25, principalmente nas regiões Norte e Nordeste (101,88 e 117,64 para 23,3 e 31,8, respectivamente). Há uma sazonalidade marcante nas internações e óbitos por asma, com pico entre março e agosto.
Conclusões: Apesar de uma queda importante na THE, a TME por asma permaneceu estável no período estudado. Mulheres, idosos e moradores da região Sul estão em maior risco de morte. É importante investir no diagnóstico e tratamento da doença para que a mortalidade volte a cair no país.