Dados do Trabalho
Título
Panorama da sinusite crônica nas regiões brasileiras: implicações da qualidade do ar.
Resumo
Introdução: A sinusite crônica, também denominada em estudos como rinossinusite crônica (RSC), é uma condição inflamatória dos seios paranasais que perdura por mais de 12 semanas, e podem ser influenciada por poluentes atmosféricos na gravidade da RSC. Objetiva-se compreender a relação da poluição atmosférica com a incidência de internações por sinusite crônica nas regiões e unidades federativas brasileiras entre 2018 e 2022. Métodos: Trata-se de um estudo descritivo a partir de dados agregados obtidos no Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), disponíveis no DATASUS. As variáveis foram tabuladas com base nas regiões e unidades federativas, avaliando as internações. Conforme dados atmosféricos obtidos pelo Ministério do Meio Ambiente, foram analisados dados de qualidade de ar pela plataforma MonitorAr e CETESB. Resultados: Entre 2018 a 2022, houveram 12.795 internações por sinusite crônica no Brasil; dessas, 52,8% ocorreram na região Sudeste, 21,5% na região Sul, 17,6% na região Nordeste, 6,3% na região Centro-Oeste e 1,7% na região Norte. Destaca-se negativamente o estado de São Paulo, com 31,2% dos casos nacionais. Nesse sentido, dentre os possíveis fatores que podem desencadear as internações, é a elevada exposição a poluentes atmosféricos, como o material particulado (PM₂,₅ e PM₁₀) e O₃, que contribuem para a inflamação e aparecimento de agregados eosinofílicos e cristais de Charcot-Leyden. Nesse sentido, em 2022, ocorreram 81 dias de altas concentrações de MP, com qualidade de ar ruim ou muito ruim no estado de São Paulo. Conclusões: Conclui-se que apesar da multifatoriedade da SRC, mesmo com o alto contingente populacional, a exposição a poluentes atmosféricos, principalmente na região Sudeste, especialmente no estado de São Paulo, possivelmente contribui para o maior número de internações, visto os múltiplos compostos danosos as mucosas nasal e sinusal, que poderiam se relacionarem a exacerbação da SRC e justificar esse alto valor.
Área
Rinite, rinossinusite, polipose nasal e alergia ocular
Autores
Paulo Vytor Cardoso Nobre, Isabelle Louise Lima Cassimiro De Oliveira, Danillo Teles Batista, Lívia de Lara Lopes, Mateus Xavier Souza, Enderson Fernandes Leitão, Laura Sofia Paternina Torres, Mauro Alexandre Caixeta, Marcelo Henrique Lima Ferreira, Therezita Maria Peixoto Patury Galvão Castro