L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM ERROS INATOS DA IMUNIDADE (EII) DE UM SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SANTO ANDRÉ, SÃO PAULO.

Resumo

Os erros inatos de imunidade (EII) são doenças heterogêneas que causam danos no desenvolvimento e/ou função do sistema imunológico. O conhecimento dos dados epidemiológicos dos pacientes com EII permite a tomada de decisões estratégicas no desenvolvimento de políticas que possibilitem uma melhor assistência à saúde e a organização do cuidado destes pacientes. O presente estudo descreve o perfil epidemiológico dos pacientes com EII admitidos no ambulatório de Imunologia entre 2008 e 2023. Estudo transversal, descritivo, retrospectivo e quantitativo, através de análise de prontuários físicos, livro de registro dos pacientes admitidos no ambulatório de Imunologia Clínica. Foram avaliados 424 pacientes, 58,5% do sexo feminino, mediana da idade na admissão de 15,3 anos, com predominância da faixa etária entre 0 - 18 anos ( 54,7% ). Foram atendidos, em média, 25,3 pacientes novos ao ano. Em 67/424 ( 15,8% ) excluiu-se o diagnóstico de EII: 3 pacientes apresentaram imunodeficiência secundária a medicamento. Dos 357 pacientes restantes, 97/357 ( 27,2% ) confirmaram o diagnóstico de EII e 102/357 ( 28,6% ) apresentavam Angioedema Hereditário. Os EII identificados foram: deficiência predominantemente de anticorpos 48/97 (49,5%), defeitos congênitos dos fagócitos 10/97 ( 10,3% ); defeitos na imunidade inata 8/97 ( 8,2% ); doenças autoinflamatórias 7/97 (7,2%); imunodeficiências combinadas das células T e B 7/97 ( 7,2% ); doenças de desregulação imunológica 6/97 ( 6,1% ); imunodeficiências combinadas com características sindrômicas 6/97 ( 6,1% ) e deficiência de complemento 5/97 ( 5,2% ). O inicio das manifestações infecciosas foi em média 109,1 meses (mediana = 42 meses). As infecções mais frequentes foram as do trato respiratório inferior 56/97 ( 57,7% ), seguido das infecções do trato respiratório superior 44/97 ( 45,3% ).O atraso médio de diagnóstico foi de 114,9 meses (mediana = 41 meses). Os EII ainda possuem diagnóstico tardio, resultando em complicações graves, prejuízo da qualidade de vida e pior prognóstico dos pacientes.

Área

Imunodeficiências

Autores

Cecilia Olivera Robalino, Shirley Yajaira Cerinza Vila, Maine Bardou, Marina Henriques Teixeira, Anete Sevciovic Grumach