Dados do Trabalho

Título

Registro Brasileiro de Anafilaxia (RBA) – Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI): etiologia e cofatores de pacientes registrados

Resumo

Introdução: A anafilaxia é uma reação de hipersensibilidade sistêmica grave, potencialmente fatal. O impacto da anafilaxia vem crescendo nos últimos anos, entretanto existem poucos dados sobre sua epidemiologia no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar os principais desencadeantes e cofatores de reações anafiláticas cujos dados foram inseridos no RBA-SBAI.
Métodos: O RBA-SBAI é um registro nacional de anafilaxia obtido pelo preenchimento de um questionário online por seus médicos atendentes. Esse questionário contém dados demográficos, desencadeantes suspeitos, manifestações clínicas, atendimento prestado durante a reação, investigação diagnóstica e aconselhamento após a reação. Os dados foram tratados de modo anônimo e confidencial. A análise estatística foi realizada utilizando-se o Jamovi® (Versão 2.3).
Resultados: Foram avaliados 237 pacientes, com predominância do sexo feminino (131 - 55,3%). A mediana de idade foi 22 anos e média 25,3 anos (menores de 1 ano a 77 anos). O desencadeante foi apontado por 221 pacientes (93,2%). Os alimentos foram os desencadeantes mais comuns (43,8%), principalmente: leite de vaca (LV) (13,5%); mariscos (8,1%); ovo (6,3%) e trigo (4,2%). Os medicamentos foram responsáveis por 25,3%, com predominância dos anti-inflamatórios não esteroidais (AINE) (10,8%), e antibióticos (4,4%). Os himenópteros ficaram como terceira causa (21,7%), sendo a formiga a mais frequente (9,9%). O látex foi responsável por 9 casos. Os alimentos predominaram entre as crianças e os fármacos entre os adultos. Os alimentos mais comuns entre as crianças foram LV e ovo, e entre os adultos, mariscos. Entre os cofatores, observou-se: exercício (7,1%), medicamentos (5,4%), álcool (1,6%) e estresse (1,6%).
Conclusão: Os agentes mais frequentes foram: alimentos, fármacos e picada de himenópteros com predominância de LV, AINE e formiga, respectivamente. O melhor conhecimento sobre a etiologia da anafilaxia nos permitirá adotar medidas mais efetivas de prevenção.