Dados do Trabalho
Título
Reação alérgica a luva de borracha: um relato de caso
Resumo
Introdução. A dermatite de contato alérgica é bastante prevalente como doença ocupacional, com relevância clínica importante. Relato do caso. Homem, 38 anos, atua há 15 anos na construção civil como pedreiro de obras, referiu reação alérgica em membros superiores após uso de equipamento de proteção individual. As lesões em mãos se apresentavam como eczema crônico com hipocromia, descamação, fissuras e liquenificação, principalmente em dorso das mãos e nos punhos. A queixa era de prurido intenso nas lesões e coincidiam com região de contato com as luvas de segurança, prescrita previamente por outro profissional. O atendimento foi realizado via Sistema Único de Saúde, e não foi possível a realização do teste de contato, mas, não ocorreu prejuízo no diagnóstico de dermatite alérgica de contato. Obteve-se sucesso terapêutico através da recomendação de proteção com luva vinílica para exposição da pele aos materiais com cimento, que contém agentes sensibilizantes como cromo e cobalto, e a luva de segurança de borracha. Discussão. Diversas substâncias, como derivados fenólicos (hidroquinona), são utilizadas para fabricação de borracha. Pacientes hipersensíveis em contato com esses materiais podem desenvolver hipersensibilidade tipo IV e alterações discrômicas no local de contato. Estudos mostram o ramo da construção civil como prevalente em relação à dermatite alérgica de contato e, aproximadamente um terço dos pacientes em teste de contato são positivos para componentes da borracha (parafenilenodiamina, hidroquinona). O conhecimento acerca da formulação de materiais sensibilizantes, aliado às características das lesões, permite que mesmo médicos não especialistas e sem a possibilidade de realização do teste de contato, consigam realizar o diagnóstico e oferecer melhora da qualidade de vida ao paciente.
Área
Dermatite atópica e de contato
Autores
Leda das Neves Almeida Sandrin, Carolina Zuffo Alquieri, Julia Sonaglio Agnolin