Dados do Trabalho
Título
Como escolher um imunobiológico aprovado pelo SUS para asma grave
Resumo
INTRODUÇÃO: A asma grave representa cerca de 5% de todos os asmáticos. Esses pacientes representam um desafio especial relacionado à extensa avaliação diagnóstica e alto consumo de recursos de saúde. Medicamentos biológicos foram desenvolvidos e podem ser aplicadas dependendo do fenótipo e endótipo da asma. Este estudo visou avaliar a escolha de um imunobiológico baseado em dados de vida real.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo de dados de prontuários de pacientes asmáticos graves (step 5) em acompanhamento em um serviço terciário de Imunologia e Alergia. Foram incluídos todos os pacientes em uso de imunobiológico (IB) há mais de 6 meses. Os critérios do SUS para iniciar um IB incluem: corticoide inalatório ≥ 1600mcg/dia + LABA, eosinófilos (Eo) séricos > 300 cel/μL e história de ≥ 1 exacerbação no último ano. Além destes, para o omalizumabe era necessária a confirmação de atopia, a IgE total e o peso do paciente.
RESULTADOS: Foram incluídos 47 pacientes, sendo 78,7% do gênero feminino, média de 56 anos de idade e tempo de doença 35,6 anos. Conforme critérios acima 23 pacientes estavam em uso de Omalizumabe (OMA) todos atópicos, média (m) de ACT 14; 1,7 exacerbações (m)/ano, apenas 1 paciente com pólipo nasal. No grupo do Mepolizumabe (MEPO), incluídos 24 pacientes, ACT 17 (m); 1,4 exacerbações (m)/ano e 15 pacientes (65%) com pólipos nasais. De todos os pacientes com MEPO, 50% eram atópicos, independente do diagnóstico de polipose nasal.
CONCLUSÃO: Nos últimos 18 meses, 47 pacientes asmáticos graves receberam algum IB. Com frequência, o paciente preenchia critérios para ambos, porém, o fator limitante para OMA foi a ausência de atopia e para o MEPO, o nível baixo de Eo séricos. Vários pacientes em uso de corticoide sistêmico apresentavam níveis de Eo séricos muito baixos e, para os não atópicos, perdeu-se a opção de um dos dois IB disponíveis pelo SUS e, nesta situação, o risco de efeitos colaterais graves, consequente ao uso de corticoide, se manteve.
Área
Asma e lactente sibilante
Autores
BEATRIZ COSTA TODT, Debora Demenech Hernandes, Danilo Gonçalves Gois , Jorge Kalil, Pedro FRANCISCO GIAVINA-BIANCHI JUNIOR, Rosana CAMARA AGONDI