Dados do Trabalho

Título

URTICÁRIA CRÔNICA ESPONTÂNEA: PERFIL DA DOENÇA EM PACIENTES PEDIÁTRICOS

Resumo

Introdução: A urticária crônica espontânea (UCE) é uma doença complexa com impacto importante na qualidade de vida. Estudos sobre a UCE na população pediátrica são escassos, consequentemente sua prevalência e evolução nesses pacientes ainda são incertos. Método: Revisão de prontuário de pacientes em seguimento com diagnóstico de UCE nos últimos 12 meses em ambulatório de alergia e imunologia pediátrica de um hospital quaternário. Descreveu-se idade, sexo, início dos sintomas, presença de anafilaxia, autoimunidade e tratamento. Resultado: Foram identificados 18 pacientes, 12F, mediana de idade de 12 anos (3-18). À apresentação inicial, 8 tinham urticas e angioedema, 8 apenas urticas (2 evoluíram com angioedema) e 2 apenas angioedema (um evoluiu com urticas). Dois pacientes referiram dor abdominal como sintoma associado. Em 7 houve descrição do uso de adrenalina, sem confirmação posterior do diagnóstico de anafilaxia, assim como sem recorrência de tais episódios. Em relação a autoimunidade, 3 pacientes tinham diagnóstico de doença autoimune e outros 2 apresentavam apenas FAN positivo. 50% dos casos possuíam diagnóstico de doença alérgica associada. Dois dos 18 apresentavam como desencadeante ocasional a exposição ao calor e atividade física. Ao início do acompanhamento, 14 vinham em uso de anti-histamínico e 1 em uso de omalizumabe. Houve boa resposta ao anti-histamínico em 14/18 (6 sob demanda, 5 com dose habitual, 3 com dose dobrada e 4 com dose quadruplicada), sendo necessário Omalizumabe em 3 casos. Conclusão: O sexo feminino predominou nos pacientes dessa casuística e com elevada associação com doenças alérgicas. O angioedema isolado deve ser considerado como um sintoma possível na UCE. O manejo permanece desafiador, mas tem como base o uso de anti-histamínicos, o qual demonstrou boa resposta na maioria dos pacientes estudados.