L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

Caracterização clínica e laboratorial da alergia ocular em crianças e adolescentes

Resumo

Introdução: A alergia ocular tem classificação diversa, havendo escassez de estudos na infância. O objetivo do estudo foi identificar as diferenças clínicas e laboratoriais entre formas de alergia ocular nesta faixa etária. Métodos: Estudo transversal com pacientes de 5 a 17 anos de vida, atendidos em serviços de alergia e oftalmologia. Os dados obtidos por entrevista foram tabulados em planilha e analisados em percentuais e pelo teste de Fisher, com nível de significância de 0,05. Resultados: Participaram 35 pacientes, 19(54%) sexo masculino. Vinte e um (60%) receberam diagnóstico de conjuntivite alérgica (CA) e 14(40%) de ceratoconjuntivite (CC). As médias da idade atual, início dos sintomas e início do tratamento foram, respectivamente, 9,9, 4,4 e 6,6 anos, sem diferença entre os grupos com relação à idade de início dos sintomas (CC 4,1; CA 4,6 anos). Pacientes com CC apresentaram médias superiores de intensidade de prurido ocular e nasal, vermelhidão e lacrimejamento ocular, sensibilidade à luz e espirros em relação ao grupo com CA, sem diferença estatística. Os desencadeantes de crises mais citados nos dois grupos foram poeira doméstica, pelo de gato, mudanças de temperatura e infecções. Verificou-se sensibilização aos alérgenos em 67% dos com CA e 28% dos com CC. Entre as crianças com CA, 95% tinham rinite alérgica (RA), 57% asma e 24% dermatite atópica (DA). Entre os com CC, 86% tinham RA, 50% asma e 64% DA, havendo diferença significante entre os grupos apenas para DA. Dezenove (54%) das crianças estavam em uso de colírios lubrificantes e/ou drogas de ação múltipla e 19(29%) usavam corticosteroide ou imunossupressor tópico ou sistêmico. Conclusões: Chama atenção o atraso no diagnóstico da alergia ocular na infância, a maior intensidade de prurido nasal e ocular e a maior associação com a dermatite atópica entre as crianças com ceratoconjuntivite, além da falta de tratamento específico para metade das crianças, apesar do acesso a um serviço especializado.

Área

Rinite, rinossinusite, polipose nasal e alergia ocular

Autores

Layra Layane Andrade Belo Rebouças, Ana Caroline Cavalcanti Dela Bianca Melo, Luiz Felipe Lynch Moraes, Maria Isabel Lynch Gaete, Décio Medeiros Peixoto, Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho, Dayanne Mota Veloso Bruscky, Adriana Azoubel Antunes, Ana Carla Augusto Moura Falcão, Fabio Walkei Monte Rebouças