L Congresso Brasileiro de Alergia e Imunologia 2023

Dados do Trabalho


Título

LAD III: DIAGNÓSTICO E SEGUIMENTO DE DOIS PACIENTES SUBMETIDOS AO TCTH

Resumo

Introdução: A deficiência de adesão leucocitária (LAD) tipo III é uma rara doença autossômica recessiva com infecções recorrentes, leucocitose e distúrbios hemorrágicos, sendo o transplante de células-tronco hematopoiéticas (TCTH) a única terapia curativa. Serão descritos dois casos de portadoras de LAD III submetidas ao TCTH. Relato de caso: Paciente 1: fem, 1a10m, pais consanguíneos, com história de petéquias desde o nascimento e queda do coto umbilical aos 33 dias de vida. Evoluiu com hemorragia digestiva, epistaxe e plaquetopenia, além de gastroenterites, pneumonias e celulite. Apresentava leucocitose com neutrofilia e hipogamaglobulinemia. Iniciada reposição de imunoglobulina e antibioticoprofilaxia. Painel genético identificou variante patogênica em homozigose no FERMT3. Realizado TCTH haploidêntico com 1a7m, recuperação neutrofílica no D+16 e sem complicações significativas no pós-TCTH. Paciente 2: fem, 14a, pais consanguíneos, com história de petéquias, leucocitose e plaquetopenia ao nascimento. Evoluiu com gengivorragia, necessidade de transfusões frequentes, além de pneumonias e abscessos. Identificada hipogamaglobulinemia nos exames iniciais, sendo indicada reposição de imunoglobulina e antibioticoprofilaxia. Exoma evidenciou variante patogênica em homozigose no FERMT3. Realizado TCTH aos 9a, com doador haploidêntico e recuperação neutrofílica no D+16. Evoluiu com doença do enxerto versus hospedeiro com acometimento pulmonar e cutâneo, necessitando de 11 sessões de pulsoterapia com corticoide. Permanece sem outras intercorrências. Discussão: A LAD III é caracterizada por alterações na proteína Kindlin-3 (gene FERMT3), resultando em prejuízo na ativação de integrinas, essenciais para adesão plaquetária e migração dos leucócitos. A presença de hipogamaglobulinemia e manifestações hemorrágicas diferem do LAD I e II e, associados à leucocitose persistente e atraso na queda do coto umbilical, são sinais de alerta importantes para o diagnóstico precoce.

Área

Imunodeficiências

Autores

Isabele Santos Piuzana Barbosa, Thais Costa Lima de Moura, Ana Paula Moschione Castro, Antônio Carlos Pastorino, Beni Morgenstern, Mayara Lorena de Souza, Leila Batista Pena, Juliana Hansen Cirilo, Amanda Maria Ramos Cunha Maia, Mayra de Barros Dorna