Dados do Trabalho
Título
Os desafios da urticária crônica na população brasileira
Resumo
Introdução: A urticária crônica (UC) tem sido subestimada em sua importância para a população brasileira. Objetivo: Este estudo avaliou dados epidemiológicos e dificuldades no diagnóstico da UC no Brasil. Método: Foram incluídos 287 pacientes maiores de 12 anos de idade com UC, recrutados por redes sociais para responder um questionário online. Resultados: A maioria (90%) era do sexo feminino, 66% tinham UC Espontânea (UCE) isolada ou associada à UC Induzida (27%). O diagnóstico ocorreu entre 18 e 39 anos (10% antes dos 18 anos) e tinham duração média de 2 a 5 anos. Angioedema ocorreu em 49% dos casos e 57,2% tiveram episódios anteriores de urticária. Foram comorbidades mais apontadas: ansiedade (41%), rinite alérgica (35%), obesidade (13%) e doenças da tireoide (12%). A maioria dos pacientes visitou de 3 a 5 médicos antes de ter diagnóstico confirmado que demorou de 6 meses a 1 ano. Acesso limitado a serviços especializados foi relatado por 74% dos pacientes. As especialidades mais buscadas foram alergia (79%), dermatologia (70%) e clínico geral ou médico da família (37%). Os principais obstáculos ao diagnóstico foram a falta de conhecimento médico sobre a doença (46%) além de outros diagnósticos e tratamentos (46%). As informações mais comuns recebidas pelos pacientes de seus médicos como causa da UC foram: alimentos (54%), estresse ou ansiedade (48%), produtos de limpeza ou de higiene pessoal (41%) e medicamentos (34%). Conclusão: Assim como em outros países, a UC no Brasil afeta mais mulheres jovens, dura de 2 a 5 anos e frequentemente está associada ao angioedema. No entanto, ainda há desafios e atrasos no diagnóstico devido à falta de acesso a serviços especializados e à desinformação sobre a doença.
Área
Urticária e angioedema
Autores
Larissa Silva Brandão, Luis Felipe Ensina, Dirceu Solé