XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

RELATO CASO: AVALIAÇÃO PARA TRANSPLANTE HEPÁTICO EM PACIENTE COM HEPATOPATIA CRÔNICA ASSOCIADA A ENCEFALOPATIA HEPÁTICA RECORRENTE E SÍNDROME DISABSORTIVA

Apresentação do Caso

M.S, sexo feminino, 42 anos, encaminhada para avaliação com a equipe de transplantes hepáticos (TxH), por apresentar sintomas de letargia, bradipsíquica, confusão mental, fala escandida e sinal de icterícia. Não possuía histórico de ascite e paracentese prévia. Com antecedente de cirrose alcoólica, abstinente há 3 meses, apresentava recorrentes episódios de encefalopatia porto sistêmica (EPS), com internações prévias. Possuía ainda histórico de colecistectomia, cirurgia bariátrica (anastomose biliodigestiva) e polipectomia. À USG abdominal apresentava esteatose hepática. Colonoscopia com evidência de pólipos de cólon. À TC de abdome sinais de hepatopatia crônica, hepatoesplenomegalia e varizes perigástricas e esofágicas. A paciente apresentava elevação de bilirrubina total por conta de indireta, elevação de RNI, plaquetopenia, leucopenia, elevação da GGT e enzimas hepáticas. A orientação inicial foi conservadora, com observação de mais 3 meses de abstinência. Após esse período, paciente relata 2 internações por EPS, com persistência das alterações laboratoriais. Diagnosticada com hepatopatia crônica, hipertensão portal e EPS de etiologia alcoólica associado a MAFLD (doença hepática gordurosa associada a disfunção metabólica) por síndrome carencial mista devido a derivação bileo-pancreática. Foi classificada com CHILD B(8) e MELD 11. Após discussão, a equipe decide por listar paciente para o transplante hepático.

Discussão

O TxH está relacionado com a adequada avaliação pré-operatória, incluindo o diagnóstico correto, critérios clínicos e laboratoriais bem definidos. O consumo de álcool, pode levar tanto a doença hepática alcoólica como acelerar o curso de outras enfermidades, como a síndrome disabsortiva apresentada pela paciente. A adversidade de transplantar estes usuários trata-se em cessar a utilização dessa droga, por no mínimo em 6 meses, e por toda vida no pós-transplante, sendo que a sobrevida depois da cirurgia tem melhores resultados em comparação a outras indicações, quando o vício é eliminado. A utilização do escore MELD no Brasil para alocação de pacientes na fila do TxH foi homologado pela portaria publicada em 2009 pelo Ministério da Saúde, sendo que o valor mínimo aceito para a inscrição na lista foi fixado em 11.

Comentários finais

A inclusão da paciente na lista de espera do TxH respeitou as regras nacionais para listagem, estando de acordo com a portaria vigente para o caso.

Palavras-Chave

Transplante hepático, Fígado; Síndrome disabsortiva; Encefalopatia hepática

Área

Gastroenterologia - Fígado

Autores

Marcela Tiboni , Flavia Oyadomari Miszczuk, Priscila Pegoretti, Larissa Caroline Chiste, Lara Raiany Laguna Antonelli , Juliana Lins Maués, Maria Eduarda Treis, Daniel Fernando Soares e Silva, Marcelo Augusto Scheidemantel Nogara