XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Ressecção Endoscópica de Adenoma de Papila Duodenal Maior

Resumo

Apresentação:Mulher,63 anos,assintomática,em seguimento oncológico há 4 anos por câncer de pulmão,realizou PET-CT com captação acentuada na segunda porção duodenal.Submetida à CPRE que evidenciou papila maior com lesão vegetante,lobulada,bem delimitada,não ulcerada,de 4cm que foi biopsiada.Em seguida,realizada fistulotomia suprapapilar e dilatação balonada até 12mm com boa drenagem da bile.A biópsia revelou adenoma com displasia de baixo grau.À ecoendoscopia,identificado espessamento hipoecóico,heterogêneo,de contornos regulares,limites imprecisos,que acomete mucosa profunda e atinge até a submucosa,sem acometimento da muscular própria.Notou-se também,dilatação de ducto pancreático e colédoco,sem infiltração dos mesmos.A lesão foi ressecada em 3 fragmentos com alça diatérmica.A hemostasia foi feita com 2 clipes metálicos.Por fim, colocada prótese pancreática.A paciente permaneceu internada para observação e controle hematimétrico.Após jejum de 24h, introduzida dieta líquida por 2 dias.Com boa evolução,recebeu alta no 3º dia de internação.Após 3 semanas,retirada a prótese pancreática e o leito da ressecção não apresentava lesões. O resultado anatomopatológico concluiu que era um adenoma com displasia de baixo grau e as margens cirúrgicas eram livres.
Discussão:Os adenomas de papila duodenal maior podem ser esporádicos ou associados a síndromes.Devido seu potencial maligno geralmente se opta pela excisão.Tradicionalmente,o tratamento é cirúrgico,porém,com morbimortalidade considerável.Nesse cenário,a abordagem endoscópica tornou-se uma alternativa.A avaliação inicial da lesão requer duodenoscopia com biópsias.Há uma preferência de que lesões com displasia de alto grau sejam removidas e que a papilectomia seja realizada apenas em pacientes sem evidência de câncer invasivo.A avaliação com ecoendoscopia permite o estadiamento local.A CPRE deve ser realizada para avaliar acometimento dos ductos biliar e pancreático.Preferencialmente deve ser retirada em monobloco com eletrocauterização.A ressecção fragmentada pode ser feita em lesões>2cm ou quando há lesão residual.O stent pancreático reduz o risco de pancreatite e de estenose ductal.As taxas sucesso variam entre 42-92%, com recorrência de até 33%.As principais complicações são pancreatite, perfuração e sangramento.
Comentário:A papilectomia endoscópica é uma alternativa terapêutica no tratamento de lesões ampulares, desde que bem indicadas passíveis de vigilância para detectar recorrência.

Palavras-Chave

Adenoma de papila duodenal, Papilectomia, Ressecção endoscópica, Ecoendoscopia, CPRE

Área

Endoscopia - Miscelânea

Autores

Ana Paula Samy Tanaka Kotinda, Gustavo Oliveira Luz, Sergio Eiji Matuguma, Leonardo Souza Fonseca, Carlos Kiyoshi Furuya Júnior, Fellipe Cicuto Ferreira Rocha, Julia Mayumi Gregório, Lucas Giovinazzo Castanho Barros, Lucas Zouain Figueiredo, Edson Ide, Paulo Sakai