XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Impacto da Pandemia de COVID-19 nos Exames Ambulatoriais de Ultrasonografia Endoscópica em um Hospital Terciário de Grande Volume.

Introdução

A COVID-19 alterou o funcionamento dos serviços médicos e hospitalares pelo mundo, alterando drasticamente a prática clínica diária dos serviços de endoscopia digestiva, por serem procedimentos que geram secreções e aerossóis. A maioria dos procedimentos eletivos foi reprogramada e/ou adiada, visando a segurança de pacientes e profissionais da saúde, bem como disponibilizar leitos para pacientes com SARS-CoV-2. A ultrasonografia endoscópica (USE) identifica e estadia neoplasias, que podem ter sua evolução prejudicada com o adiamento desse exame. Não há estudos na literatura que avaliam o impacto da COVID-19 na realização da USE-D e USE-I, em um serviço de endoscopia digestiva de grande volume.

Objetivo

Avaliar o impacto da pandemia de COVID-19, analisando o número e indicações de EUS-D e EUS-I durante o período de isolamento social determinado pela pandemia em São Paulo.

Método

Estudo retrospectivo, transversal, observacional e unicêntrico realizado no Serviço de Endoscopia Digestiva do Hospital 9 de Julho. Selecionamos todos os pacientes submetidos a USE-D e USE-I. Dividimos em dois períodos: pré-pandêmico (PP) de 01/03/19 a 29/02/20 e pandêmico (PA) de 01/03/20 a 28/02/21]. As informações foram obtidas em prontuário eletrônico, e aqueles com SARS-CoV-2 tiveram seu diagnóstico confirmado pelo PCR-RT. As variáveis analisadas dos pacientes submetidos a EUS-D e EUS-I foram comparadas em pacientes submetidos a USE-D e a USE-I no período PP e PA.

Resultados

764 pacientes foram incluídos. Média de idade de 53 anos (11-94 anos), 470 (51%) eram mulheres (p=0.303). Houve redução de 39.1% em relação ao número de USEs realizadas durante a PA. 5 (0,6%) pacientes estavam om SARS-COV-2 no momento do exame (2 leves, 2 moderados e 1 grave).Antes da pandemia a maioria das USEs foi realizada em pacientes assintomáticos (57% e p=0.606) e o número de comorbidades identificadas foi superior aqueles submetidos a EUS no período PA (p=<0,001). Houve aumento expressivo no número de indicações da USE devido massas pancreáticas (p=0.019) e pancreatite aguda sem causa definida (p=0.006), enquanto no período PP o número de avaliações de tumores subepiteliais foi significativamente superior (p=0.027). Houve redução no número de USE-D, com aumento percentual das indicações de USE-I (p=0.001) no período PA.

Conclusões

Durante a PA, devido aos potenciais riscos envolvidos, houve seleção rigorosa das indicações para a realização da USE-D e USE-I, com queda significativa de pacientes com comorbidades e aumento do número de USE-I.

Palavras-Chave

Área

TCC – Centro de Treinamento - Ecoendoscopia

Autores

Andressa Tomé Rezende de Faria, Tarik Walid Omairi, Celso José Ardengh, Bruna Lemos Silva, Bruna Ribeiro krubnik, Ana Carolina Fernandes Reis, Ivana Tamie Yamashita Shinzato, Morgana Andressa da Silva Santos , Rafaella Christina Gouveia Lauriano, Thiago Camilo de Andrade Bertolotto, Verônica Cangussú Serretti Leonel, Rafael de Carvalho da Silva, Marina Doles Ascenção , Nicolas Jannuzzelli Richwin, Arthur Adolfo Parada