XX Semana Brasileira do Aparelho Digestivo

Dados do Trabalho


Título

Gastroenterostomia ecoguiada versus passagem de stent duodenal e gastrojejunostomia cirúrgica para a paliação de obstrução gastroduodenal maligna: uma revisão sistemática e meta-análise

Introdução

A obstrução gastroduodenal maligna está associada a morbidade significativa e diminuição da qualidade de vida, necessitando, portanto, de tratamento paliativo eficaz e seguro. A gastrojejunostomia cirúrgica oferece uma paliação eficaz e duradoura, mas com morbimortalidade elevada. A passagem de stent duodenal (SD) é uma opção pouco invasiva, mas apresenta elevado risco de obstrução e migração do stent. A gastroenterostomia ecoguiada (EUS-GE) é uma opção pouco invasiva, mas com potencial de paliação efetiva. O atual estudo propõe elucidar, dentre as técnicas descritas, qual a melhor opção para paliação da obstrução gastroduodenal maligna.

Objetivo

Realizar uma revisão sistemática com metanálise para comparar a EUS-GE com a passagem de SD e com a gastrojejunostomia cirúrgica para o tratamento paliativo da obstrução gastroduodenal maligna.

Método

Pesquisas em bancos de dados eletrônicos foram realizadas para identificar estudos comparando EUS-GE versus DS e/ou gastrojejunostomia cirúrgica para o tratamento paliativo da obstrução gastroduodenal maligna. Os resultados incluíram sucesso técnico e clínico, eventos adversos graves (EAG), taxa de obstrução do stent (incluindo por crescimento tumoral), tempo de internação hospitalar, reintervenção e mortalidade por todas as causas em 30 dias. As diferenças nos resultados dicotômicos e contínuos foram relatadas como diferença de risco e diferença média, respectivamente.

Resultados

Sete estudos foram incluídos. Quando comparado com a colocação de SD, a EUS-GE apresentou maior sucesso clínico (RD -0,14 [-0,25, -0,03]; P = 0,01), menos EAG (RD - 0,20 [-0,29, -0,12]; P < 0,01), menor obstrução do stent (RD -0,2 [-0,29, -0,12]; P <0,01), menor obstrução do stent por crescimento tumoral (RD -0,14 [-0,21, -0,06]; P < 0,01), e diminuição da necessidade de reintervenção (RD -0,20 [-0,31, -0,08]; P <0,01). Em comparação com gastrojejunostomia cirúrgica, a EUS-GE evidenciou menor sucesso técnico (RD -0,08 [-0,14, -0,02]; P <0,01) e menor tempo de internação hospitalar (MD -5,11 dias [-8,51, -1,71]; P <0,01). Todos os outros resultados não foram significativamente diferentes entre a abordagens ecoguiada e cirúrgica.

Conclusões

A EUS-GE apresentou resultados melhores em comparação com a passagem de SD para paliação da obstrução gastroduodenal maligna. Apesar da gastrojejunostomia cirúrgica apresentar maior sucesso técnico em comparação com a EUS-GE, o tempo de internação hospitalar foi mais longo no grupo do procedimento cirúrgico, sem diferença nos demais desfechos.

Palavras-Chave

EUS-GE; Obstrução gastroduodenal maligna; Stent duodenal; LAMS.

Área

TCC – Centro de Treinamento - Ecoendoscopia

Autores

Mateus Bond Boghossian, Mateus Pereira Funari, Diogo Turiani Hourneaux De Moura, Vitor Massaro Takamatsu Sagae, Pastor Joaquín Ortiz Mendieta, Fernando Lopes Ponte Neto, Yen-I Chen, Wanderley Marques Bernardo, Marcos Eduardo Lera Dos Santos, Filipe Tomishige Chaves, Mouen A Khashab, Eduardo Guimarães Hourneaux De Moura